Enquanto o cinema comercial brasileiro preocupa-se em copiar comédias americanas dos anos 1980, o argentino dá uma lição de como equilibrar pop e inteligência.
Não é à toa que "Relatos Selvagens" —a obra terá sua última exibição na 38ª Mostra neste domingo (19)— conquistou a produção dos irmãos Pedro e Agustín Almodóvar, a plateia exigente de Cannes e bateu recordes de bilheteria em seu país: o longa reúne seis tramas de humor negro sobre vingança que funcionam em qualquer língua.
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O filme do portenho Damián Szifrón não foi feito para o Oscar. Mesmo com a Argentina o tendo indicado ao prêmio, sua estrutura de antologia já larga atrás na corrida. Szifrón é mais conhecido por seu trabalho na TV argentina, contudo fica difícil de imaginar o banho de sangue da historieta sobre dois motoristas se enfrentando em uma estrada na telinha.
Há muita semelhança com o que se produz na Espanha há alguns anos. Um cruzamento de modernidade estética com personalidade latina. Até mesmo o episódio "A Bombinha", protagonizado por Ricardo Darín, traz elementos de diversão macabra sobre um homem enfrentando a burocracia governamental argentina.
Uma ideia simples e bem escrita que pode ensinar um pouco sobre a diferença entre pop e popularesco para nossa indústria de comédias globais.
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