Mostra de Cinema: Irmãos Dardenne filmam drama de classe média

Jean-Pierre e Luc Dardenne, ganhadores de duas Palmas de Ouro em Cannes ("Rosetta" e "A Criança"), arriscaram colocar um pé para fora do cinema naturalista do qual são mestres: convocaram Marion Cotillard, uma celebridade, para protagonizar seu novo drama, "Dois Dias, Uma Noite", em cartaz na 38ª Mostra.

Mas incluir uma estrela reconhecida internacionalmente não é o problema de "Dois Dias, Uma Noite", que saiu de mãos vazias da premiação. Marion se encaixou no estilo dos irmãos belgas e declarou ser "um sonho que achava impossível de ser realizado". A trama é que parece difícil de ser comprada, por mais linear que seja.


A atriz francesa interpreta a funcionária de uma fábrica de painéis solares que, ao voltar de uma licença por causa de uma depressão, descobre que será demitida após uma votação realizada com outros empregados em sua ausência: decidiram ficar com um bônus e trabalhar mais. Ela consegue convencer a empresa a organizar uma nova votação e precisa bater de porta em porta para ganhar a maioria dos nove votos dos colegas.

"Dois Dias, Uma Noite" é um filme bem intencionado e explora os diversos lados do egoísmo ou altruísmo de cada uma das pessoas procuradas. Mas chega a ser inocente e até estereotipado em certos momentos, representando as mulheres como "leoas ferozes cuidando dos filhotes". Bem dirigido e atuado, o longa pode emocionar quem se identificar com os problemas da protagonista. Mas no fundo não passa de um grande "a classe média europeia sofre" com assinatura de dois grandes cineastas.

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