Programadores de redes de cinema definem grade segundo gosto do público

Você decide ir ao cinema, abre o "Guia" para escolher o filme, o endereço de exibição mais próximo e o melhor horário. Dias antes, no entanto, o trabalho já era tocado por programadores, profissionais que precisam adequar a obra certa ao local certo.

De acordo com Adhemar Oliveira, responsável pela Cinesala e pelos Espaços Itaú, não há uma cartilha para programar. "Na verdade, o programador é um leitor da preferência do espectador, ao mesmo tempo em que propõe coisas novas dentro de determinados perfis", diz.

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Antes disso, porém, ele conta que existe "um processo de pesquisa e de levantamento com as distribuidoras para saber quais filmes estarão disponíveis".

O processo da Cinemark é semelhante. Segundo Ricardo Szperling, diretor de programação da rede que distribui títulos por mais de 20 complexos da capital e da Grande São Paulo, "o planejamento é elaborado a partir da disponibilidade de cópias e da análise das bilheterias no início da semana".

Também são levados em consideração "critérios como o interesse do público das diferentes regiões e o gênero de cada produção", completa.

LIMITAÇÃO DA OCUPAÇÃO DAS SALAS

No fim de 2014, a Ancine (Agência Nacional do Cinema) anunciou a limitação da ocupação das salas de cinema a até 35% pela mesma obra. Com a medida, que entrou em vigor no início de 2015, um único filme não poderá estar em exibição em mais do que duas salas nos complexos que abrigam até seis salas escuras. Nos multiplex que possuem mais de seis, o teto não poderá ultrapassar 35%.

A determinação não chegou a atrapalhar Adhemar Oliveira e sua equipe. Ele diz que já a praticava em seus espaços. "Mesmo no nosso maior cinema, que tem 11 salas [o Pompeia], nunca excedemos o número cópias estipulado por esse acordo".

Szperling, por outro lado, afirma que a limitação da ocupação trouxe impacto na programação de filmes com grande demanda para o consumo rápido, normalmente com grande base de fãs e com veloz disseminação pirata. "Nesses casos, infelizmente, não conseguimos ofertar adequadamente o produto ao público no momento em que ele quer consumi-lo. 'Cinquenta Tons de Cinza' é um exemplo claro e atual de demanda não atendida devido à limitação de ocupação das salas por um mesmo filme", conclui.

Crédito: Guia Folha

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