Roman Polanski mescla peça com trama de seu novo filme

Uma locação e dois atores: foi o que bastou para o polêmico diretor francês Roman Polanski, conhecido por realizar clássicos como "O Bebê de Rosemary" (1968) e premiados como "O Pianista" (2002), resolver seu novo filme, "A Pele de Vênus".

A ação do longa é toda ambientada em um teatro de Paris. É lá que Vanda (Emmanuelle Seigner) encontra um arrogante diretor de teatro (Mathieu Amalric) desiludido após uma infrutífera tarde de testes em busca da atriz perfeita para protagonizar sua nova peça, uma versão de "A Vênus das Peles", de Leopold von Sacher-Masoch, obra que cunhou o termo masoquismo.


Vanda chega atrasada, o teatro está vazio. Mas ela quer o papel. Enquanto tenta convencer Thomas de que merece fazer o teste, o dramaturgo apreende nela tudo o que detestou nas outras mulheres com quem lidou a tarde inteira: Vanda parece vulgar.

Ao dar uma chance a ela, Thomas, aos poucos, fica espantado com o talento da mulher. Durante a audição, muito se confunde. Eis a brincadeira do longa baseado na peça homônima de David Ives: distinguir o que é atuação para o teste de teatro do que é interação entre Thomas e Vanda.

Os papeis dos dois se alternam enquanto eles discutem a peça —que, para Vanda, é repleta de machismo—, discursam as falas e assumem diferentes posições de poder.

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