Indicado a vaga no Oscar, filme trata de preconceitos com humor picaresco


Quem já se acostumou com as duras e cínicas ficções do cinema romeno, sempre com os pés fincados no presente e nas mazelas do pós-comunismo, pode estranhar o recuo no passado representado em "Aferim!".

O terceiro longa de Radu Jude, premiado como melhor diretor no Festival de Berlim deste ano, parece um antigo faroeste crepuscular filmado num preto e branco que o torna quase anacrônico.

Enquanto caça um cigano, servo fujão, uma dupla semelhante a Dom Quixote e Sancho Pança encontra pelo caminho os tipos mais variados, cujas opiniões e superstições manifestam os piores preconceitos. O racismo, o antissemitismo e outros modos de intolerância são retratados num humor picaresco, o que torna essas expressões de ignorância ainda mais absurdas.

Aos poucos, em vez de parecer um painel de um tempo passado e ultrapassado, Aferim! revela como a mesma mentalidade segue latente, pronta para voltar à tona e explodir.


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