CineSesc lidera o ranking de melhores cineclubes, segundo avaliação do 'Guia'

Salas geralmente pequenas, dentro de espaços culturais ou com a porta para a rua, ingressos gratuitos (ou com valores baixos se comparados aos cinemas de rede), e, o mais importante, programações ecléticas, por vezes recheadas de raridades, são as grandes características dos cineclubes de São Paulo.

Localizados, em sua maior parte, na região central da cidade (exceção para a Cinemateca Brasileira, na região sul, e para o Cinusp, na oeste), esses espaços não têm como preocupação principal o conforto ou o cardápio da bonbonnière. Aliás, muitos deles sequer têm uma. O que rege esse lugares, responsáveis pela formação do repertório de grandes cineastas (entre eles Truffaut e Godard, ratos de cineclubes franceses nas décadas de 1950 e 1960), é a apreciação de filmes e o debate sobre eles.

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Durante as visitas do "Guia", o cineclube que mais se destacou, por sua programação com estreias exclusivas e mostras, foi o CineSesc, na rua Augusta. O espaço oferece sessões com debates e abriga algumas das maiores mostras de cinema da cidade, como o Indie Festival e a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

Também é um espaço muito característico, único na capital a ter um bar dentro da própria sala de cinema, de onde é possível assistir aos filmes e fazer pedidos durante as exibições.

Veja o roteiro e se inspire para descobrir o lado B do cinema paulistano.



CineSesc - 8,5

Inauguração: 1979. Salas: 1.

Além da programação variada (com mostras e estreias exclusivas), o cineclube atrai o público pelo ambiente: não são poucas as pessoas que entram ali apenas para tomar um café ou ler os jornais do dia. A área de espera tem exposições e uma livraria, que conta com interessantes títulos sobre cinema. Além das poltronas espaçosas, a sala
de projeção tem um bar que funciona durante a sessão.

Centro Cultural Banco do Brasil - 7,7

Inauguração: 2001. Salas: 1.

No último andar do também museu, que fica no centro de São Paulo, próximo à Bolsa de Valores, a sala de cinema é pequena e gélida. Sua programação foca filmes alternativos, até alguns inéditos no país, e pode ser um programa casado para quem tiver tempo de prestigiar uma das exposições que o local abriga.

MIS - 7,5

Inauguração: 1970. Salas: 2.

O "Guia" esteve em uma sessão de "Edward Mãos de Tesoura", no auditório do museu, no dia 11/2, quando o diretor Tim Burton se encontrou com fãs por lá. Embora a projeção seja em DVD, as imagens são claras, com contraste nítido e som bom. O auditório perde pontos pelas cadeiras, que são pouco confortáveis. Os banheiros poderiam estar mais limpos.

Cinemateca Brasileira - 7,3

Inauguração: 1997. Salas: 2.

A Cinemateca é ambientada em galpões de tijolos à vista, antigo matadouro da cidade. Não é muito acessível para quem não tem carro -o metrô mais próximo fica a cerca de 20 minutos a pé do local. Seu interior é charmoso, porém as poltronas não são exatamente confortáveis. A programação, voltada a filmes clássicos, não deixa a desejar ao cinéfilo mais amoroso.

CCSP - 6,5

Inauguração: 1982. Salas: 2.

O Centro Cultural São Paulo exibe mostras e filmes que já saíram de cartaz no circuito convencional. O "Guia" visitou a sala Paulo Emílio Salles Gomes em um sábado de muito calor -o ar condicionado forte foi, no princípio, um alívio, mas logo a sala ficou fria. O som do filme estava bom, mas houve problema no enquadramento da imagem (havia sobras em cima e embaixo). O cinema também peca nas cadeiras pouco confortáveis.

Cinusp Maria Antonia - 6,1

Inauguração: 2013. Salas: 1.
O cineclube é frequentado por alunos da universidade Mackenzie. Estava cheio mesmo em um domingo -dia em que a faculdade estava às moscas. Uma folha de papel grudada na porta indica que a sala, localizada no segundo andar do prédio (e que poderia muito bem se confundir com uma sala de aula normal), dedica-se ao cinema. Apesar de confortável, nada se observa de sinalizações e acessibilidade.

Cine Olido - 5,7

Inauguração: 2004. Salas: 1.

Mantido pela prefeitura, recebe mostras e cobra R$ 1 pelo ingresso. No dia 20/2, o "Guia" assistiu a "Castelo Assombrado" (1963), e o filme combinou com o local no qual foi exibido. Mesmo antes do início da projeção, o cinema estava bem escuro. Quando o filme começou, o som era tão alto que soou mal
e ficou com ruídos. Mas, no geral, o cinema atende às normas de segurança e acessibilidade: há entrada para cadeirantes, rampa, saída de emergência e extintores visíveis.

Cinusp Paulo Emílio - 5,4

Inauguração: 2005. Salas: 1.

A programação, que geralmente vai apenas de segunda a sexta, é focada em mostras. Apesar de algumas raras exceções, é mais frequentado por estudantes da USP, no campus do Butantã, onde fica o cinema. É um espaço confortável, porém sem nenhum atrativo em seu entorno.

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