Em cartaz na Mostra, "Tudo Vai Dar Certo" pede atenção para os detalhes

O cenário pouco conhecido para os brasileiros, as ruas vazias, os metrôs nem um pouco tumultuados e a aparente calmaria instalada no filme "Tudo Vai Dar Certo", do dinamarquês Christoffer Boe, são destruídas pela permanente sensação de que algo está muito errado na vida do roteirista Jacob Falk.

Saiba onde está passando "Tudo Vai Dar Certo"

O filme, que tem apenas mais uma sessão na Mostra, é um filme de roteiro, que exige um pequeno exercício mental em se manter atento como um detetive, buscando encontrar as pistas para entender o que realmente está acontecendo na história.

Crédito: Divulgação

Pressionado por seu produtor para que entregue o roteiro "até sexta-feira", Falk se vê mergulhado numa trama internacional depois que atropela um ex-soldado que estava na guerra do Afeganistão e toma posse de fotos que mostram prisioneiros sendo torturados por agentes dinamarqueses.

Passa, então, a tentar se reencontrar com o soldado, que desapareceu, e, ao mesmo tempo, precisa lidar com a pressão da sua mulher para que resolva a papelada da adoção de uma criança e com a necessidade de terminar seu trabalho.

Em doses homeopáticas, com quebra de ritmo que confunde, sem pressa de mostrar onde se está no tempo e no espaço nem pressa de esclarecer se aquilo é realidade ou um mundo imaginado, Boe vai dando dicas de que a conspiração em que o protagonista acredita estar envolvido pode ser outra coisa.

Apesar de cada vez ele confiar menos nas pessoas em sua volta, algo pode estar errado com o bom moço.

É só nos últimos dez minutos, contudo, daqueles dignos de reprise, que o roteiro se fecha e as peças, finalmente, se encaixam. E descobre-se que Jacob Falk, o roteirista, parece ter criado uma triste história de vida para protagonizar.

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