Crítica: Teatro de sombras é apresentado com maestria no Sesc Pompeia

O grupo Sobrevento adapta "A Cortina da Babá", de Virginia Woolf (1882-1941), que se transformou, no século 20, num conto de fadas clássico: a fórmula do adormecer e ter pelo menos um personagem a viver uma aventura mágica, como Alice ou Narizinho.

A peça fica em cartaz no Sesc Pompeia (zona oeste de São Paulo) até 27 de janeiro.

À direita do palco, em frente a duas telas nas quais se projetam as aventuras, um menino espera a babá dormir enquanto brinca. A montagem mostra a formalidade europeia e o comedimento, embora a alegria diante do fantástico atravesse o protagonista depois que a babá cochila.

Crédito: Marco Aurelio Olimpio/Divulgação Cena da peça infantil "A Cortina da Babá" (foto), inspirada na obra da escritora de Virginia Woolf

Na frente da outra tela menor, à esquerda, ela borda bichos, pessoas e plantas. Seus olhos quase fecham, mas ela termina de pregar um laço no tecido. O garoto o desprega, e uma borboleta voa.

Em encadeamento, aventuras e seres ganham alma e se unem, literalmente, em passes de mágica. Por exemplo, o personagem passa a mão na tela, e uma ponte surge, provocando interação entre figuras de um e do outro lado da margem.

O espetáculo domina com maestria várias técnicas do teatro de sombras, como luz projetada e filme. Isso permite a montagem poética do tempo, que encomprida as peripécias e o interesse da plateia.

Avaliação: ótimo.

Indicação do "Guia": a partir de 3 anos.

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