Peça "Filhote de Cruz Credo" cria clima de medo e de mistério

No ano em que completa dez anos de estrada, a Cia. O Grito estreia "Filhote de Cruz Credo", mais um espetáculo que indica que o grupo percorre trilhas marcadas por temas mais árduos, como morte, separação dos pais e bullying, sempre bem traduzidos para o universo infantil.

A peça está em cartaz no Sesc Ipiranga (zona sul de São Paulo), com sessões aos domingos até o dia 28/7. Os ingressos custam de R$ 3 a R$ 12.

Inspirada em livro homônimo de Fabrício Carpinejar, a peça dirigida por Roberto Morettho amplia de forma acertada a narrativa de origem: contar a história de Fabrito, "o menino mais feio do mundo", filho da Mulher Gigante, que mandou toda a cidade esconder os espelhos assim que seu rebento veio ao mundo.

Crédito: Divulgação Cena do espetáculo "Filhote de Cruz Credo", da Cia. O Grito, que debate com as crianças as noções de beleza e de feiúra

Com o uso de delicadas máscaras de arame, bem sutis ao delinear o que é (ou não) a feiura, o elenco de quatro atores se reveza entre os papeis de Fabrito e das outras crianças do vilarejo.

A turma cresce envolta à misteriosa lenda dos espelhos do rio, lugar temido por todos, que tem eficiente clima de mistério e de medo promovido por uma cenografia versátil.

O recurso das sombras usado para colocar em cena a Mulher Gigante, assim como a iluminação em tom de penumbra desenhada por Marisa Bentivegna, é bem coerente com a narrativa, que beira o assombro.

Avaliação: bom.
Indicação do "Guia": a partir de 6 anos.

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