Crítica: Musical 'Chovendo na Roseira' brinca com caricatura de família atual

Com direção de Fernanda Maia, "Chovendo na Roseira" enaltece diversos compositores brasileiros num espetáculo em que a música não é um elemento que ajuda a contar a história, mas é a própria história.

O musical brinca com uma caricatura da família contemporânea. Maria Laura (Helena Ritto, com a espontaneidade que aproxima crianças e palhaços) tem pais atarefados e histéricos. Eles evidenciam nos movimentos coreografados os vícios da sociedade atual ""celular e medicação em excesso.

Crédito: Ronaldo Gutierrez/Divulgação Ronaldo Gutierrez/DivulgaçãoPeça Chovendo na Roseira, da diretora Fernanda Maia
Na peça, uma menina faz amigos no jardim de casa, como um sapo, uma cigarra e um tico-tico

Para dar sossego, a menina ganha um tablet. Mas é no jardim, num dia de chuva, que encontra um mundo paralelo fantástico —um recurso um tanto manjado para transitar entre realidade e fantasia.

Nos inventivos figurinos de Zé Henrique de Paula, surgem uma cigarra rock and roll (Caio Salay), um sapo elegante (Jonathan Faria) e um tico-tico com jeito de aviador amalucado (Luciana Ramanzini, que sempre acerta no timing e no tom).

O humor, a linguagem do palhaço e recursos digitais dão o tom da narrativa, que se mistura com músicas como "Águas de Março" (Tom Jobim), "A Cigarra"(Milton Nascimento) e "Cantiga do Sapo" (Jackson do Pandeiro), esta última um momento alto do musical.

Avaliação: bom.
Indicação: a partir de quatro anos

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