Crítica: 'Quem sou eu?' e outras questões existenciais conduzem peça

A República Ativa de Teatro comemora dez anos de estrada com o espetáculo "Splash ou a História da Gota que Sonhava Ser Rio", que traz personagens numa crise existencialista. Mas, na montagem, dirigida por Rodrigo Palmieri, a crise se reflete é na dramaturgia assinada por Vivi Gonçalves.

Numa máquina de videogame que parou de funcionar, cinco componentes acordam sem saber quem são, de onde vieram, para que existem. Só sabem que precisam fazer voltar a funcionar um jogo que traz a aventura de uma gotinha em busca da felicidade.


São muitas as questões e indagações dos personagens -incompletude da vida, cotidiano automatizado, necessidade de encontrar seus pares. É por meio dessas muitas perguntas que a história se desenrola.

O enredo, no entanto, se dilui em cenas que se alongam demasiadamente e em diálogos repetitivos, amplificados nas músicas, como "Quem eu sou? Pra onde eu vou?".

Na trilha sonora de André Grynwask, também responsável pela direção musical, prevalece uma atmosfera eletrônica, de jogos, que dialoga com a visualidade cênica, destaque da montagem.

Um telão transparente fecha o palco como uma caixa, aludindo ao ambiente de uma máquina -cenário de Leandro Ivo. Os componentes habitam compartimentos coloridos e móveis.

O uso da tecnologia é acertado. As projeções, com frases e animações (Pri Argoud), ajudam a compor o universo dos personagens, que ganham graça no gestual mecanizado do elenco, com figurino que rememora filmes de ficção científica.

Avaliação: regular.
Indicação do "Guia": a partir de 7 anos.

Centro Cultural São Paulo - sala Jardel Filho - r. Vergueiro, 1.000, Liberdade, região central, tel. 3397-4002. 321 lugares. Sáb. e dom.: 16h. Até 28/2. Ingr.: R$ 10. Ingr. p/ 4003-1212 ou ingressorapido.com.br.

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