Retângulos em vermelho, amarelo, preto, cinza e azul separados por linhas pretas. A composição, obra mais famosa de Piet Mondrian (1872-1944), vem à mente quando se trata do trabalho do pintor.
Antes, porém, de chegar à abstração, o artista holandês passou por outras fases, pintando, por exemplo, paisagens de tonalidades mais escuras influenciadas pela arte do século 19.
Apresentar a busca gradual do pintor por uma linguagem é um dos eixos da mostra "Mondrian e o Movimento De Stijl", que estreia na segunda (25) no Centro Cultural Banco do Brasil.
A trajetória de Mondrian mistura-se à criação da revista "De Stijl" (O Estilo). No movimento, artistas, arquitetos, designers e fotógrafos defendiam o neoplasticismo e conectavam formatos artísticos distintos que extrapolam a tela: móveis, fotos, arquitetura e música estão integrados.
"Até hoje as obras de Mondrian e as cadeiras de Gerrit Rietveld são consideradas símbolos da modernidade", comenda o curador Pieter Tjabbes. "São imagens limpas e claras, de estilo inconfundível", completa.
Para visitar a mostra (veja ao lado detalhes do que irá encontrar por lá) é necessário agendar a visita pelo aplicativo do CCBB, pelo site (www.bb.com.br/cultura) ou na bilheteria.
CCBB - R. Álvares Penteado, 112, região central, tel. 3113-3651. Seg. e qua. a dom.: 9h às 21h. Até 4/4. Estac. (R$ 15 p/ 5 h, na r. da Consolação, 228, c/ van grátis até o CCBB). GRÁTIS
POR DENTRO DA EXPOSIÇÃO
As obras
São cerca de 70, sendo 30 de Mondrian. Suas pinturas estão divididas em três salas. O trabalho dos outros 20 artistas que integram a mostra pode ser visto em outros dois espaços. Há fotos, mobiliário, maquetes, publicações de época e outros itens. A maior parte do acervo é do Museu Municipal de Haia, da Holanda -ele reúne a maior coleção de obras de Mondrian.
Além de Mondrian
Com a efervescência do movimento De Stijl, entre 1917 e 1928, outros artistas foram importantes para a arte do período. De acordo com o curador Pieter Tjabbes, vale ficar de olho em Gerrit Rietveld, Piet Zwart e Vilmos Huszár.
Selfie planejado
Que o público gosta de clicar (e ser clicado) em exposições não é novidade. No térreo, com um espaço lúdico, os registros ganham um quê profissional. Será possível tirar fotos numa cadeira gigante de Gerrit Rietveld e ser parte de um quadro de Mondrian. Há também jogos interativos baseados nas pinturas do artista.
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