Expoente da dance music underground, DJ alemão Solomum toca em SP

Se nomes europeus como David Guetta, Fatboy Slim e Swedish House Mafia estão no topo da dance music comercial mundial hoje, existe também uma série de artistas que produzem faixas superdançantes --e se destacam-- no underground da música eletrônica européia.

E um dos expoentes mais importantes dessa galera é o DJ alemão Solomun, que se apresenta nesta quinta-feira (16) no clube D-Edge (zona oeste de São Paulo).

De origem bósnia (mas hoje radicado na Alemanha) e dono do selo Diynamic, o cara é um especialista em fazer qualquer quadril balançar intensamente na pista. Indo contra a "tradição" alemã de superestimar o tecno e suas vertentes, Solomun utiliza a house, a disco e até a música funk como base de suas composições, que listam inúmeros remixes e colaborações, além de um disco solo, "Dance Baby" (de 2009).

Em turnê pelo Brasil, ele conversou com o Guia por e-mail. Na mesma noite, a festa Moving comemora o aniversário do do dono do D-Edge, Renato Ratier, e traz o DJ francês Shonky. Veja a entrevista.

Crédito: Divulgação O DJ alemão Solomum, que mostra sua performance nesta quinta (16) em SP
O DJ alemão Solomum, que mostra sua performance nesta quinta (16) em SP

Guia - O seu remix para a faixa "Around", de Noir & Haze, tem mais de 1,2 milhão de exibições no YouTube e já foi indicado para vários prêmios de música eletrônica. Qual é o segredo para fazer um bom remix?
Solomun - O lance é fazer sua própria interpretação da música original, o que não significa mudá-la completamente. De alguma forma, você deve traduzir aquele ritmo na sua língua, do seu jeito. No caso dessa faixa, pedi para ter um tempo (uns dois ou três meses) para entregar o resultado final. E, num momento de frustração no estúdio, quando eu estava bem infeliz com os resultados das minhas produções, lembrei desse trabalho que eu tinha para fazer e, ao ouvir de novo a faixa, foi um momento libertador para mim: eu já tinha 80 % do remix pronto na minha cabeça! Terminei o trabalho em quatro horas, foi até meio assustador. Essa inspiração foi um presente mesmo!

Você é dono de um clube em Hamburgo e também tem uma relação bem estreita com a cena eletrônica da cidade, né? Mas, quando falamos sobre música eletrônica alemã, logo pensamos em Berlim. Como você compara as duas cidades em termos de vida noturna em geral? E quando falamos de São Paulo, quais são suas impressões?
Bom, eu cresci em Hamburgo, então não consigo comprar aquele lugar com nada, né? (risos) Mas, sendo mais objetivo, Hamburgo tem tido um bom desenvolvimento quando falamos de e-music, em termos de DJs, grupos e também de clubes. Claro que, pelo tamanho da cidade, Berlim ainda é "o" lugar, mas as coisas ficam mais anônimas por lá --o que também não significa ser algo ruim. Sobre São Paulo, só conheço mesmo o D-Edge e posso dizer que o clube é também uma marca bem grande e conhecida na Europa.

Tem muitos DJs que preferem tocar num clube a fazer shows maiores em festivais. É assim com você também?
Tocar num festival e num clube são coisas completamente diferentes. Eu adoro a atmosfera mais intimista dos pequenos clubes e o contato próximo com a galera, mas, ao mesmo tempo, ver uma multidão de pessoas dançando numa pista de festival é incrível sempre. Gosto de alternar as duas experiências.

Seus sets são sempre muito dançantes, cheios de ritmo e vocais. Como você descreveria seu estilo como DJ e produtor?
Minhas influências vêm da disco music dos anos 1970 e 1980, do funk, do soul e do hip-hop. Atruibuo muita importância à diversidade nos meus sets: tem sempre espaço para viajar, se perder, curtir um momento mais sexy e por aí vai... O mesmo eu aplico para as minhas produções.

Pode dizer para a gente qual é seu top 5 de faixas hoje? Aquelas músicas que simplesmente não podem faltar num bom set?
H.o.s.h. - "What Do You Want Me to Say"
Ali Scott & Alcatraz Harry - "Yall"
Sharam Jey & Tom Breu - "Holy Ghost"
Uner - "Pallene"
Pool - "Game Over" (Solomun Remix)

Informe-se sobre o local

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