Mostra "De|Generadas" e outros eventos comemoram o Dia da Mulher

Para a escritora Marcia Tiburi, o Dia Internacional da Mulher (8/3) é uma data marcadora de memória. A cineasta Petra Costa também a considera como oportunidade de relembrar uma injustiça histórica. E a cantora Karina Buhr enxerga na comemoração uma chance de falar mais alto.

As três têm participação confirmada dentro da mostra "De|Generadas", que ocorre durante este mês para discutir a igualdade de gêneros. Na programação, que conta com mais de 40 atividades e aproximadamente 150 participantes, estão artistas que trabalham com o próprio corpo como forma de abordar a liberdade de expressão, a emancipação e a sexualidade.

Em uma das performances mais marcantes, por exemplo, a artista Tathy Yazigi caminhará em frente ao Sesc Santana trajando um vestido com cauda de 30 metros e dez quilos.

A mostra, no entanto, não é a única que tem como norte o Dia da Mulher. São Paulo contará com várias atividades, entre debates, shows, espetáculos e exposições.

A organização de eventos como esses, que ressaltam o protagonismo das mulheres, é essencial, na opinião de Petra, para que se possa fortalecer a voz feminina.

Mas Karina Buhr ainda lamenta. "Festivais de pretos, brancos, homens, mulheres.

O ideal seria não separar, mas já acontece dessa maneira. Então é uma forma de apontar que a segregação existe."

E a cinesta Anna Muylaert completa. "Se vivêssemos em uma sociedade ideal, deveria ter comemoração para o Dia do Homem também. Todos deveriam merecer."

O "Guia" selecionou os destaques do festival e traz outras opções para celebrar a data.


Mulheres à Beira: Clandestina, Ilegal
Em um bate-papo entremeado de música, a advogada Lívia Magalhães, a escritora Renata Correia e a funkeira MC Carol propõem uma discussão com mulheres que se encontram à margem da sociedade.

Teatro: qui. (10): 20h. 60 min. Livre. 30 lugares. Grátis


Web Ativismo e Redes de Apoio
Com mediação da escritora Marcia Tiburi, Débora Baldin, youtuber do "Canal das Bee", e Manoela Miklos, idealizadora do movimento #AgoraÉQueSãoElas, conversam sobre os prós e os contras do ativismo on-line.

Teatro: qua. (9): 20h. 60 min. Livre. 330 lugares. Grátis


Na Cama com Zuleika
Neste vídeo, a personagem Zuleika Brit, criada pela artista Estela Lapponi, revela sua solidão em um quarto de hotel no centro da cidade. A paulistana, que tem como foco de sua pesquisa o discurso cênico do corpo, faz poses inspiradas em desenhos do pintor austríaco Egon Schiele.

Ter. a dom.: 10h às 19h. Abertura: sáb. (5). Até 27/3. 10 min. Livre. Grátis

Desidentidades: Para Durar
A artista Dani Barsoumiam utiliza cabelos e pelos para realizar o vídeo em que questiona padrões estéticos e comportamentos de gênero.

Ter. a dom.: 10h às 19h. Abertura: sáb. (5). Até 27/3. Livre. Grátis


Anti-higiênica
A exposição enfoca imagens de Camila Soato sobre uma sociedade que tenta controlar os desejos femininos. A artista mistura a sexualidade ao cotidiano para falar de diversos tipos de mulheres. Sua pintura se distancia do virtuosismo técnico ao acolher o rústico.

Foyer do teatro: Ter. a sáb.: 10h às 20h. Dom.: 10h às 17h. Abertura: ter. (8). Até 19/6. Livre. Grátis


Meu Nome Não É Linda
Na série de fotos, Tathy Yazigi empresta ações realizadas pela boca à vagina e vice-versa. A artista explora os movimentos de falar, fumar e florescer.

Área de convivência: Ter. a sáb.: 10h às 21h. Dom.: 10h às 18h. Abertura: ter (8). Até 19/6. Livre. Grátis


O Beijo
Cris Bierrenbach, artista plástica que trabalha em suportes como vídeo e fotografia, expondo seu trabalho desde 1993, realiza durante o evento a performance "O Beijo". Na obra, que já foi apresentada em 2007 na galeria Vermelho, durante a Mostra de Performance Arte (Verbo), a paulistana dispõe de uma cama forrada com velcro e duas vestimentas confeccionadas do mesmo material. Uma delas é destinada à artista; a outra, serve ao público. Vestidos, os dois corpos iniciam a tentativa de se desprender um do outro -e também da cama. A ação pode ser analisada tanto de um prisma romântico quanto violento.

p(tagline). Área de convivência: qua. (9): 19h. 60 min. Livre. Grátis


Coreografia
Clarissa Sacchelli, profissional que atua nos campos da dança e da performance, indaga como o corpo feminino tem sido reproduzido na história e de que forma a representação da mulher na arte contemporânea pode ser resultado da repetição dos padrões que vêm sendo reafirmados ao longo de décadas. A artista, que está em processo de construção de um espetáculo baseado nessa temática, montará uma sala de ensaio aberta ao público, que poderá observar e participar por meio de conversas e depoimentos. O processo acontecerá, todas as terças e quartas, na área de convivência da unidade.

Área de convivência: ter. e qua.: 16h às 19h. Até 23/3. Livre. Grátis


Doida
Teuda Bara, uma das fundadoras do grupo de teatro Galpão, encena o conto homônimo de Carlos Drummond de Andrade. O texto -na literatura narrado do ponto de vista de um garoto que se diverte arremessando pedras na casa da mulher- ganha em sua adaptação o empréstimo de outras obras literárias. Com dramaturgia de João Santos e direção de Inês Peixoto, a peça recorre a autores como Hilda Hilst para conferir voz à protagonista. Na data de abertura da mostra (5), também haverá o lançamento, das 16h às 17h30, da biografia "Teuda Bara - Comunista demais para Ser Chacrete".

Teatro: sex. e sáb.: 21h. Dom.: 18h. Até 20/3. Ingr.: R$ 9 a R$ 30. 12 anos. 330 lugares.

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