O nome bem-humorado do Sarumon (pronúncia de "salmão" no Japão) não abafa a tristeza que me assalta em rodízios. Inclusive de carne ou pizza.
Mas na churrascaria não há somente picanha, e na pizzaria, sobre a massa neutra de base há de tudo. No Sarumon, é tudo salmão.
Isso me desespera um pouco? Sim, mas e daí? O restaurante recém-aberto tem público, deve estar no caminho certo. Comer num japonês com entrada só de salmão (com diferentes temperos), sushis só de salmão (com diferentes formas e adornos), pratos quentes só de salmão (com a possibilidade de um macarrão ou de uns legumes junto), eis o programa que vos espera no Sarumon.
Mesmo deixando de lado as dúvidas sobre o peixe —que, de criação, exige medidas sanitária com possíveis consequências negativas à saúde— parece excessivo.
Não que salmão seja ruim: é um peixe especial e maravilhoso no sabor. Mas fica um pouco banalizado, quando servido como item exclusivo, e em ritmo de produção industrial.
Não há como um sushi, em qualquer formato, corresponder aos cânones de delicadeza e temperatura num sistema assim, sabemos. O Sarumon faz o que pode, ou o que consegue, e dentro do esperado (salmão maçaricado e, único caso em que poderia vir quente, frio; carpaccio com o recurso fácil do azeite "trufado"; ceviche sem acidez ou picância que justifiquem o nome; tempurá besuntado e adocicado, mesmo problema do salmão no missô).
Mas os pastéis, como o tempurá de legumes, são sequinhos, os peixes (congelados quando frescos) não perdem o viço, e o serviço é uma alegria só. Eu não voltaria, mas a clientela parece não sair de lá.
Avaliação: regular
R. Pedroso Alvarenga, 365, Itaim Bibi, tel. 4562-4988. 80 lugares. Seg. a qui.: 12h às 15h e 19h às 23h. Sex.: 12h às 15h e 19h à 0h. Sáb.: 12h30 às 16h e 19h à 0h. Dom.: 12h30 às 16h e 19h às 23h. CC: todos. Valet (R$ 20). $$
11h45
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