Novo Kitchin tem bons ingredientes, mas preparos requerem ajustes

O novo restaurante Kitchin já é sucesso de público, o que se explica inicialmente por sua origem: é mais um subproduto do bem-sucedido Nagayama, aberto por ex-funcionários deste.

Não é o primeiro. Desta vez os profissionais que migraram foram Denis Watanabe (sushiman) mais Fernando Ramalho Silva e José Ferreira Souza (salão), arregimentados por três investidores da área.

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O baterá de salmão (com peixe picadinho) faz parte da oferta à la carte de sushis do cardápio do Kitchin - Divulgação

Jogada certeira, o lugar fica no Itaim, tem uma bela arquitetura com texturas rústicas e traços modernos, um balcão confortável (além das mesas), e serviço ágil.

O público abonado não ignora que a comida também faz parte do show, e muitos se entregam às mãos dos sushimen para os menus-degustação, obviamente mais caros (um combinado com nove sashimis e oito sushis custa R$ 60; a degustação de oito sushis do chef, o dobro).

E é nos sushis que a maioria aposta não há muitos pratos quentes (são principalmente chapa e massas), entre eles o tempurá cujo empanado está a milhas da sutileza esperada.

Já na seção de crus, o destaque está nos ingredientes, variados e bem cuidados. Numa sequência sugerida pelo chef, enfileiraram-se sushis de linguado, buri, peixe-serra, vieira, uma trouxinha de massa de harumaki com recheio de salmão, alga e pérolas de shoyu, barriga de salmão, atum, ovas de salmão e ovas de ouriço.

E, pedidos à parte, barriga de atum gordo (toro) e centolla (o kani de verdade), que mesmo numa noite agitada estavam disponíveis. Mas mesmo no balcão, na boca do gol, o arroz do sushi chegava frio e pouco compactado, se desfazendo ao toque.

A matéria-prima dos japoneses de São Paulo é cada vez melhor; o artesanato, a mão que corta e monta o sushi, ainda é o maior desafio para o Kitchin, e para os demais.


Avaliação: REGULAR

R. Iaiá, 83, Itaim Bibi, tel. 2339-2072. Seg. à qui.: 12h às 15 e 19h à 0h. Sex. e sáb.: 12h às 15h e 19h à 0h30

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