Na cozinha do Santa Fé, restaurante com aura de botecão de bairro, há nove anos na Pompeia, a cena que se repete é uma beleza: uma churrasqueira com brasa de carvão exibe uma porção de cupins a rodar lentamente.
São peças envoltas em papel celofane, de forma a preservar a umidade do corte, extraído da parte de trás do pescoço do boi, de raças zebuínas aquela corcova, sabe?
Pois bem. Só chegam à mesa, acomodadas em uma telha pelando, que resguarda seu calor, lascas fininhas retiradas da superfície do cupim, bem douradas, com crostas boas de morder.
A peça, que assa por até quatro horas, a depender do tamanho, é bastante gordurosa, tem sabor intenso e é submetida ao mesmo processo (de retirada da crosta) até acabar. Vai e volta para o calor, portanto, sempre recarregada com tempero não revelado nem por decreto ó, esse apego tão demodé.
Em porções fartas (R$ 96,90, para dois, mas quiçá serve três, quatro) o cupim casquerado (tradição no interior de São Paulo) vem acompanhado de mandioca cozida (esta, irregular, vezes surge firme e mais seca; outras, desfeita, de tão cozida), farofa de mandioca e vinagrete.
Dá para pedir, ainda, arroz biro-biro com batata-palha, bacon, ovo e salsinha seco ou o carreteiro, mais molhadinho, enriquecido com cupim desfiado (R$ 25,90, cada porção). A costela bovina, servida na tábua, inteirona, com os ossos, também é boa pedida (R$ 109,90, para dois, mas pode servir mais, a depender da fome).
Contras: o chope poderia ser mais encorpado, de colarinho mais cremoso e persistente (R$ 7,90). O pudim, de sobremesa, é molengão e tem calda bem rala (R$ 10,90).
Nascido no Rio Grande do Sul e criado no interior de São Paulo, o dono, Darci Ongaratto, é de família de churasqueiros, e promete nova casa, a dois quarteirões dali, cuja estrela será a costela no bafo. A ver.
Avaliação: regular
Av. Pompeia, 600, Perdizes, região norte{norte}, tel. 2594-3426. 160 lugares. Seg. a sex.: 12h às 23h30. Sáb. e dom.: 12h à 0h30. CC: V, M, AE, E, D. Cerveja Original - 600 ml: R$ 12,90.
18h54
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