Se um hermano visitar o novo restaurante argentino de São Paulo, o Cocina Bar y Vino, vai estranhar algumas coisas.
A grelha não tem carvão nem lenha, as carnes são poucas e não são graúdas, o menu não tem miúdos, entre as massas não há ravióli... E o bife à milanesa, indispensável numa casa portenha, não é grande coisa.
Para completar, o dono, Renato Lopes, não é argentino e vem de uma linhagem de restaurantes árabes (Manish, Saj).
Tudo isso, porém, pode não importar a quem apenas queira comer bem. Claro que o apelo argentino pode frustrar um pouco pelo tamanho das carnes ou pela ausência do pecaminoso chamuscado do carvão. Mas os seis cortes oferecidos têm um bom preço, R$ 51 incluindo salada (boa, com nozes e mostarda de Dijon), molhos (fracos) e acompanhamento (destaque para a crocante, embora suíça, batata rösti), e são bem feitos (numa visita o garçom não perguntou o ponto das carnes, e ainda assim estava ótimo; numa outra, mesmo o assado de tira, que costuma ser assado demais, chegou no ponto pedido, ainda rosado).
Entre os itens resolutamente argentinos estão as empanadas. A tradicional tem carne picada e não decepciona, acompanhada de molho chimichurri bem fresco (agradável, embora menos agressivo do que desejaria um portenho). A de queijo é estranha, queijos azul e brie derretidos numa empanada não parecem o melhor casamento.
Esquecendo as origens que a casa sugere, há um pouco de tudo no cardápio. Camarão e lula empanadas em farinha panko com molho tártaro; linguini com tomates frescos, camarão, lula, shiitake e abobrinha; salmão com molho oriental e palmito grelhado; e até bolo de coco com doce de leite, larica total. Um menu variado para distrair o apetite.
Avaliação: regular
R. Fernando de Albuquerque, 255, Consolação, região central, tel. 3881-1824. 55 lugares. Seg. a qui.: 12h às 15h e 17h às 23h. Sex.: 12h às 15h e 17h à 1h30. Sáb.: 12h à 1h30. Dom.: 12h às 23h. Valet a partir de R$ 17.
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