'Não sinto pressão para tocar Joy Division e New Order', diz Peter Hook

Em São Paulo para show no Clash Club nesta sexta (31), o cantor e baixista Peter Hook costuma ter seu nome rapidamente associado a duas bandas: Joy Division e New Order. Mas não sente qualquer pressão dos fãs para tocar músicas delas. "Sei que são as maiores bandas com que contribuí", ele disse em entrevista ao "Guia". "Então estou ciente de que os fãs sempre vão querer ouvir esse material."


Hook vem a São Paulo para uma apresentação em que toca na íntegra os álbuns "Low-Life" e "Brotherhood", do New Order. Outros hits do grupo, como "Bizarre Love Triangle" e "Shellshock" também serão apresentados, assim como músicas do Joy Division ("Love Will Tear Us Apart" entre elas).

O músico também falou sobre suas influências, em especial a de Ian Curtis, vocalista do Joy Division morto aos 23 anos, em 1980. "Ele que me apresentou The Doors", contou Hook.

Entre as bandas que o inspiraram, ele inclui os Sex Pistols, The Stranglers e The Clash, elogiando em especial os baixistas destas duas últimas, respectivamente Jean-Jacque Burnel e Paul Simonon. "São meus baixistas favoritos de todos os tempos", disse ao "Guia".

As incursões do músico na literatura foram assunto também da entrevista. Peter Hook publicou recentemente um livro em que relata sua passagem pelo Joy Division e anunciou que pretende lançar uma obra semelhante, agora sobre o New Order. O título será inspirado no álbum "Power, Corruption & Lies", que traz uma das músicas mais conhecidas do grupo, "Blue Monday".

Clash Club - r. Barra Funda, 969, Barra Funda, região central, São Paulo, SP. Tel.: (11) 3661-1500. 500 pessoas. 23h. 90 min. Proibido para menores de 18 anos. Ingr.: R$ 120 a R$160 (estudantes: R$ 60 a R$ 80). Camarote: R$ 200 (estudantes: R$ 100). Valet (R$ 20). Ingr. p/ (11) 4237-1937 ou gticket.com.br.

CONFIRA ABAIXO A ENTREVISTA COM PETER HOOK:

Guia Folha - Você já veio a São Paulo algumas vezes. Como se sente voltando mais uma vez? Quais as expectativas para o show?
Peter Hook - Tive a sorte de tocar em São Paulo várias vezes na minha carreira e estou ansioso por voltar. São Paulo é um lugar onde o público costuma ser gentil conosco — parece que sempre temos uma experiência incrível quando tocamos aí e esperamos que dessa vez também seja assim.

Quais músicas estão no setlist?
O setlist traz músicas de "Low-Life" e "Brotherhood", terceiro e quarto álbuns do New Order, tocados na íntegra, assim como "singles" e as faixas do lado B deles, lançados no mesmo período. Também tocaremos "Thieves Like Us", "Shellshock", "Confusion" e "True Faith"... Antes de tudo, abriremos o show com algumas faixas do Joy Division. Somando tudo, deve dar um show longo, de cerca de 3 horas - espero que as pessoas cheguem cedo para não perder nada!

Quais suas principais influências, além de Kraftwerk e The Doors?
Minhas influências são bem diversas... Como você disse, sempre fui fã do Kraftwerk e The Doors (na verdade, eu não sabia muito sobre The Doors até Ian Curtis me falar para ouvi-los!). Também fui inspirado por Sex Pistols (que me fizeram querer montar uma banda), Velvet Underground, The Stranglers, The Clash - JJ Burnel e Paul Simonon são meus baixistas favoritos de todos os tempos.

Você sente que seus fãs te pressionam para tocar músicas do New Order ou do Joy Division? Qual é a reação do público a outras músicas que você queira tocar, de outros projetos?
Não acho que pressionem... Sei que Joy Division e New Order são as maiores banda com que contribuí, então estou ciente que sempre vão querer ouvir esse material. Por isso estou em turnê tocando álbuns do Joy Division e do New Order - sei que querem ouvir as músicas, especialmente as primeiras, que nós ignoramos por tanto tempo. Nos shows, me pedem várias músicas do Monaco e, agora que estou com David Potts no The Light, então pode ser que toquemos!

Em 2013, você publicou em livro sua passagem pelo Joy Division. Você planeja um livro parecido sobre o New Order? Você aderiu a essa nova carreira de autor?
Sim, ano passado saiu meu livro do Joy Division e uns anos antes escrevi um livro chamado "How Not to Run a Club" ("Como Não Administrar um Clube", em tradução livre), sobre o The Haçienda, um clube que tínhamos em Manchester. No próximo ano, lanço meu terceiro livro, chamado "Power, Corruption and Lies - Inside New Order" ("Poder, Corrupção e Mentiras - Dentro do New Order", em tradução livre). Vai contar a história do New Order de 1980 até recentemente. Gosto de escrever livros e me sinto orgulhoso de me tornar um autor, fiz vários amigos por isso, é um meio legal de se fazer parte.

Você tem ouvido música brasileira, velha ou nova? Quais suas bandas e cantores brasileiros preferidos?
Receio que meu conhecimento de música brasileira não seja tão bom! Mas pode ter certeza que vou conferir mais artistas brasileiros nessa passagem!

Quais suas músicas preferidas do New Order e do Joy Division?
Essa é uma pergunta difícil porque tenho orgulho de todas as músicas e minha opinião muda todo dia... Mas se tivesse que escolher, minhas favoritas do Joy Division para tocar ao vivo são "Digital", "Isolation" e "Atmosphere". Do New Order, gosto muito de tocar "Leave Me Alone", "The Perfect Kiss" e "Confusion".

Alguma coisa em São Paulo te lembra de Manchester?
Em algumas coisas, sim... As duas são cidades enormes, espalhadas. As duas têm pessoas muito apaixonadas por música e um clima imprevisível - na última vez que fui a São Paulo choveu o tempo todo, mas antes disso fez muito sol (mais ou menos como Manchester ultimamente!).

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