'Os fãs não precisam ter mais do mesmo', diz Alexis Taylor, do Hot Chip

Uma das atrações da programação musical do Sónar, versão brasileira do festival catalão que começa nesta terça-feira (24) e encerra com noite de shows no sábado (28), o grupo britânico Hot Chip promete repertório inédito aos fãs brasileiros.

Alexis Taylor, vocalista e tecladista da banda, conversou com o "Guia" sobre a relação de Hot Chip com o evento e sobre como é envelhecer na cena eletrônica. Leia entrevista abaixo.



Guia - Vocês já participaram do Sónar anteriormente. Como se relacionam com o festival?
Alexis Taylor - Temos uma forte conexão. É um festival muito especial por combinar música eletrônica pioneira com disco e outros estilos, um equilíbrio que achamos interessante. Eu me lembro de ler revistas sobre música, checar o line-up de festivais e desejar que eu pudesse ir e, alguns anos depois, Hot Chip estava tocando neles.

Qual você acha que é a chave para persistir ao tempo nesse nicho? Talvez a mistura com outros estilos musicais?
Talvez. Eu não sei muito bem como descrever o que funciona e o que não funciona, a maneira como uma banda consegue seguir em frente. Nós estamos sempre interessados em sintetizar coisas que nem sempre caminham juntas. Acho que fazer isso ajuda a criar um som moderno e, com sorte, uma nova sonoridade. Não são apenas os sons, mas as pessoas da banda terem interesses diferentes faz a coisa evoluir.

O Hot Chip está ativo há 15 anos. Como é envelhecer numa cena dominada por jovens?
Eu não sei bem. Todas as bandas de que gosto já foram jovens um dia e envelheceram. Não passa pela minha cabeça se deveria continuar fazendo isso ou não. Eu não penso na música como tendo relação com uma cena específica ou como sendo algo útil. Penso nisso como algo que você tenta fazer para ser atemporal e universal. Um disco leve como o de Cat Stevens, "Tell 'Em I'm Gone", foi feito por alguém nos seus quase 70 anos, mas, para mim, é um álbum fantástico, um som moderno e não me importa se ele está envelhecendo, sabe?

Mas o amadurecimento não muda as coisas um pouco?
Sim, mas eu não gostaria que não mudasse, não ia querer que ficasse a mesma coisa. Isso seria estranho. Os fãs já têm os álbuns de que gostam, se alguém já os tiver feito, não precisam ter mais do mesmo.


SónarClub

Quando Sáb. (28): a partir das 21h
Quanto R$ 550 (estudantes: R$ 275)
Onde Espaço das Américas - r. Tagipuru, 795, Barra Funda, região oeste, tel. 3864-5566. 8.000 pessoas. 18 anos. CC: AE, E, M e V. Ingr. p/ 2027-0777 ou ticket360.com.br.

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