Dramática e satírica, peça sobre Stálin discute arte e política

"Achei a peça linda, uma pedreira, mas sempre gostei de pedreiras. Tô dentro." Foi assim que o ator Jairo Mattos respondeu ao e-mail do diretor William Pereira sobre o convite para fazer "Aula Magna com Stálin", que estreia nesta quinta (21), no CCBB (centro de São Paulo).

Ele conta que leu o texto todo de um fôlego só. "Tudo o que está sendo dito ali me interessa. Teria aceitado qualquer um dos personagem." Ele será Stálin.

A peça do britânico David Pownall, inédita no Brasil, discute a relação entre arte e política e fala sobre o papel do artista na sociedade. O enredo se passa em Moscou, em 1948, quando Jdanov, secretário do ditador Josef Stálin, convoca uma reunião com os compositores Prokofiev e Shostakovich.

Crédito: Roberto Setton/Divulgação Da esq. p/ dir.: Luiz Damasceno, Jairo Mattos, Carlos Palma e Felipe Folgosi

A ideia é que, juntos, eles possam definir os novos rumos da arte soviética, conforme os interesses do Estado. Esse encontro é fictício, mas criado com base no contexto histórico da época. No elenco também estão Carlos Palma, Luiz Damasceno e Felipe Folgosi.

A encenação é dividida em dois atos: o primeiro é dramático e violento; o segundo, uma sátira ao universo político e musical. Para Jairo, se transformar no ditador foi um processo lento. "No início, tive dúvidas sobre qual caminho tomar, foi muito difícil ver tantas atrocidades cometidas por Stálin", afirma.

"Mas tenho colegas incríveis em cena, e um diretor que conhece bem os assuntos tratados e sabe o que quer." Então, que comece a aula.

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