Celso Frateschi encena três textos de Dostoiévski em novo projeto

Os personagens sofridos e introspectivos do escritor russo Fiódor Dostoiévski (1821-1881) conduzem o leitor a uma profunda reflexão. Para instigar esse processo de interiorização, o ator Celso Frateschi escolheu três obras desse que é um dos maiores autores de todos os tempos para encenar em sua Trilogia do Subterrâneo, que estreia nesta sexta (11) no Ágora.

O primeiro monólogo é "O Sonho de um Homem Ridículo", que mostra um infeliz funcionário público que pensa em suicídio. Frateschi atua sob a direção de Roberto Lage, assim como nas outras duas montagens: "O Grande Inquisidor" (13/5) e "O Subsolo" (15/7). Um mesmo narrador conta as três histórias, dando maior unidade às obras.

Ágora Teatro - r. Rui Barbosa, 664, Bela Vista, tel. 3284-0290. 50 lugares. O Sonho de um Homem Ridículo. 55 min. 16 anos. Estreia: 11/3. Sex. e sáb.: 21h. Dom.: 19h. O Grande Inquisidor. Estreia: 15/4. Memórias do Subsolo. Estreia: 13/5. Ingr.: R$ 60.

Crédito: Águeda Amaral/Divulgação Celso Frateschi em cena de "Sonho de um Homem Ridículo", que Dostoiévski

+ Celso Frateschi

O que muda em uma pessoa quando ela lê Dostoiévski?
Na nossa história existem grandes artistas, cujas obras, se nos permitir sermos atingidos por elas, promovem tanta perturbação e prazer que saímos muito diferentes da experiência de sua fruição. Dostoiévski é um dos grandes, daqueles que faz a gente pensar que a humanidade talvez tenha uma solução, tal a integridade e a amplitude com que ele aborda os seus
mais diversos personagens.

Acha que faltam peças que causem reflexão?
O teatro sempre promove a reflexão, a diferença é a qualidade dela. O teatro não está separado da sua realidade. Ele a reflete. Se a sociedade é movida pela baixa qualidade de raciocínio, sempre coube à arte criar a tensão necessária para possibilitar uma mudança. Infelizmente, as regras de hoje em dia promovem uma relação mais comercial que artística. A arte precisa esticar essa corda.

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