Há um ano, a Cia. Mungunzá empilhou uma dezena de contêineres no bairro Santa Efigênia, uma das regiões mais degradadas do centro da cidade e lá instituiu sua sede. O grupo, no entanto, atua em outros espaços há uma década. E é em um desses espaços que estreiam sua nova peça, “Epidemia Prata”. O espetáculo cumpre temporada no Sesc 24 de Maio a partir de quarta (23).
Com direção de Georgette Fadel, o espetáculo é uma homenagem às crianças que se pintam com tinta prateada para pedir dinheiro nos semáforos e metrôs da cidade.
Em um palco coberto por milhares de moedas de cinco centavos e iluminado por uma projeção que apresenta imagens de uma série de objetos metálicos, os personagens discutem como a pobreza endurece o ser humano e o priva aos poucos de sua capacidade de comunicação.
A narrativa mescla dança, música —os atores aparecem em cena com trompetes, tubas e flautas, metáfora para os cachimbos de crack— e encenação para estabelecer um comparativo entre a situação dos moradores de rua e o mito da Medusa, monstro que petrifica tudo o que o encara. Na visão da companhia, os mais pobres, estigmatizados e afastados do convívio social, vão se petrificando cada vez mais diante da miséria.
Sesc 24 de Maio - Teatro - R. Vinte e Quatro de Maio, 109, República, tel. 3350-6300. 216 lugares. Qua. a sex.: 21h. Até 17/6. Estreia 23/5. Ingr.: R$ 12 a R$ 40. Ingr. p/ sescsp.org.br.
Comentários
Ver todos os comentários