Conheça 7 obras imperdíveis da maior exposição da Pinacoteca do ano, sobre pop arte no Brasil
Mostra exibe produção de artistas como Hélio Oiticica e Nelson Leirner, que abordam transformações das décadas de 1960 e 1970
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A década de 1960, marcada por tensões políticas, transformações sociais e a chegada de novas linguagens artísticas ao Brasil, é o pano de fundo da nova exposição da Pinacoteca, "Pop Brasil: Vanguarda e Nova figuração, 1960-70". Com 250 obras de mais de cem artistas do período na Pina Contemporânea, é a maior mostra do museu no ano.
As obras, muitas exibidas em conjunto pela primeira vez, são principalmente do acervo da Pinacoteca e da Coleção Roger Wright —que estão em comodato com a instituição há anos. Fazem parte artistas como Hélio Oiticica, Pietrina Checcacci, Nelson Leirner e Cláudio Tozzi.
Quem entra na sala expositiva encontra o conjunto original de bandeiras serigrafadas do "Happening das Bandeiras"(evento artístico realizado em 1968 no Rio), revelam Pollyana Quintella e Yuri Quevedo, curadores.
Depois segue-se uma sala com obras que homenageiam ícones populares da época, como o cantor Roberto Carlos e astronautas, elevados ao status de celebridades com a corrida espacial.
Em outro espaço, peças fazem críticas à ditadura militar (1964-1985). Ao lado, trabalhos sobre as mudanças de comportamento da sociedade ganham destaque.
O trajeto expositivo termina em uma retrospectiva sobre a transformação da arte dos anos 1950. Veja, a seguir, sete obras imperdíveis na exposição, segundo os seus curadores.
Adoração
Na instalação criada em 1966, Nelson Leirner exibe uma espécie de palco que revela uma imagem do cantor Roberto Carlos, acessada por meio de uma catraca. Mesclando símbolos católicos com a imagem do artista em neon, reflete sobre a lógica da indústria cultural.
O Bandido da Luz Vermelha
O quadro de Cláudio Tozzi faz referência ao caso de João Acácio Pereira da Costa, criminoso que ganhou o apelido Bandido da Luz Vermelha e ficou conhecido por assaltos e homicídios em São Paulo. Nele, o artista remete à linguagem das histórias em quadrinhos com a pintura de uma mulher que se pergunta se o homem entrará em sua casa durante a madrugada.
Envolvimento
A série de Wanda Pimentel, feita em 1968, retrata um corpo feminino em um ambiente doméstico anárquico, retratado com linhas e enquadramento e precisos. A obra levanta questões sobre papéis de gênero.
Matéria e Forma
Também de Nelson Leirner, mostra a transformação da matéria-prima em produto de consumo por meio de uma instalação com um tronco de árvore, do qual sai uma cadeira pronta.
Parangolés
Um dos trabalhos mais radicais de Hélio Oiticica, são vestimentas feitas com tecidos e plásticos que têm a intenção de integrar o espectador à obra de arte, que pode experimentar suas réplicas. O artista é conhecido por questionar o uso de suportes tradicionais na produção artística.
O Povo Brasileiro
O conjunto de cinco bandeiras da artista Pietrina Checcacci faz parte do movimento "Happening das Bandeiras" e tem desenhos que tematizam questões ligadas à formação de uma família tradicional, aos problemas da classe média e à performance da política.
O Presente
Em 1967, a artista Cybèle Varela fez caricaturas que ironizam a figura dos generais da ditadura militar, como forma de resistência ao governo.