Miguel Falabella e Alessandra Verney estrelam 'Kiss me Kate', clássico da Broadway, em SP
Espetáculo é inspirado em 'A Megera Domada', de Shakespeare, e tem músicas de Cole Porter
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Oito anos separam a estreia de "Kiss me Kate - O Beijo da Megera" no Rio de Janeiro da temporada que estreia hoje no palco do Teatro Villa-Lobos, em São Paulo. Isso porque a produção atravessou uma série de percalços desde sua bem-sucedida primeira passagem pelos palcos cariocas, desde a escassez de patrocinadores até a desistência de uma das estrelas, o ator José Mayer, de seguir na produção.
Os problemas, contudo, não fizeram esmorecer o desejo da atriz e produtora Alessandra Verney, que estrelou a montagem há oito anos e agora repete o posto. "Kiss me Kate - O Beijo da Megera" narra a história de um ex-casal de atores, que se reencontra uma última vez em cena para remontar um dos clássicos da dramaturgia mundial, a comédia "A Megera Domada", de William Shakespeare.
O musical então se passa em dois planos. O primeiro dá foco à obra do bardo inglês sobre o casamento arranjado de Catarina e Petruchio, enquanto o segundo dá ênfase à relação conflituosa entre as estrelas Lili Vanessi e Fred Graham que, ainda que vivam às turras, guardam uma paixão secreta.
O espetáculo é um dos mais célebres da história da Broadway e da obra do compositor americano Cole Porter, que compôs alguns dos principais sucessos do jazz dos Estados Unidos no século 20. Pelo menos três deles —"So in Love", "From This Moment On" e "Too Darn Hot"— estão em "Kiss me Kate."
"É um espetáculo tão atemporal e universal, que merece ser mais conhecido pelo público brasileiro. A qualidade das músicas, a inteligência do texto, sem falar nas canções, tudo isso faz o público ser pego de surpresa o tempo todo", diz Alessandra Verney, que é um dos poucos componentes da montagem original que permanecem nesta nova temporada.
Entre as novidades, talvez a mais interessante seja a presença de Miguel Falabella, que, nesta montagem, assume o que considera um dos maiores desafios de sua carreira. O ator dá vida a uma personagem que, mesmo bronca, segue apaixonada pela companheira de cena. Além dos momentos cômicos, o papel tem uma demanda vocal extenuante.
"Eu quis me preparar para esse musical de uma forma diferente, então eu voltei a ter aulas de canto, eu intensifiquei o treino, tive que ficar em forma, porque me exige muito o tempo todo", diz o ator, que afirma ter aceitado o desafio por estar em um momento diferente da carreira.
"Convites como esses não vão mais surgir sempre, então eu aceito porque eu ainda quero me testar como ator e acho que tenho muitas coisas para mostrar que o público não viu."
O espetáculo tem um gosto diferente para o artista porque o reúne com duas figuras de seu passado, a dupla de diretores Charles Möeller e Claudio Botelho.
Em meados dos anos 1980, Falabella dirigiu uma peça em que Botelho era o diretor musical e Möeller uma das estrelas que dividia a cena com Ítalo Rossi. Hoje, Charles e Claudio são dois dos nomes mais importantes e atuantes do teatro musical brasileiro. "É um retorno às origens. A vida nos afastou, mas sempre estivemos próximos", diz Botelho, que assina a direção e as versões em português do espetáculo.
Com elenco formado por 22 atores, cantores e bailarinos e com a participação especial de nomes como Fafy Siqueira e Edgar Bustamante, "Kiss Me Kate - O Beijo da Megera" cumpre curta temporada no Teatro Villa-Lobos de sexta-feira a domingo até o dia 27 de agosto, com sessões duplas aos sábados, às 17h e às 21h.