'Elle' é escolhido melhor filme estrangeiro pelo júri; voto popular indica 'Café Society'

Na eleição de melhores eventos de 2016, o júri de especialistas convidados pelo "Guia" apontou "Elle" como o melhor filme estrangeiro do ano.

A obra, dirigida por Paul Verhoeven e protagonizada por Isabelle Huppert, ficou isolada na 1ª colocação. Em 2º lugar, um empate entre cinco filmes; na 3ª colocação, novo empate, entre quatro outras obras.

Em "Elle", uma executiva implacável no amor e nos negócios é estuprada por um homem que invade sua casa. A partir desse incidente, sua vida muda e ela passa a tentar descobrir quem a atacou. 

A edição de melhores do ano do "Guia", que circula nesta sexta-feira (30), apontou os destaques da vida cultural paulistana em 2016, em 16 categorias. Conheça todos os vencedores aqui.

Na eleição feita entre os leitores, quem se deu melhor entre os filmes estrangeiros foi "Café Society", de Woody Allen, com 11% dos votos (pouco à frente de "O Quarto de Jack" e "Deadpool").


Cena de "Elle"
A atriz Isabelle Huppert em 'Elle' - Divulgação



1º lugar (6 pontos): "Elle"

2º lugar (empatados com 3 pontos): "A Academia das Musas", "Visita ou Memórias e Confissões", "As Mil e uma Noites - Vol. 2 e 3", "O Cavalo de Turim", "A Grande Aposta"

3º lugar (empatados com 2 pontos): "Depois da Tempestade", "Tangerine", "O Tesouro", "Sangue do Meu Sangue"


- Adriana Küchler, editora-adjunta de Cultura

1º lugar: "Elle". Símbolo de um ano que subverteu a noção de heroína e expôs o estupro em tela grande

2º lugar: "Tangerine". Transgressão filmada com iPhones e humor numa Hollywood com zero glamour

3º lugar: "Invasão Zumbi". Deixe o preconceito e embarque na alegoria frenética de um 2016 a que tentamos sobreviver 

Pior do ano: A eternidade que alguns filmes como "Moonlight" ainda levam para estrear por aqui


- Inácio Araujo, crítico da Folha

1º lugar: "Elle". A arte insubmissa (e a arte da insubmissão)

2º lugar: "A Grande Aposta". Como entender a grande crise de 2008

3º lugar: "O Cavalo de Turim". A criação às avessas: duro, porém talentoso

Pior do ano: O pior do ano foi o ano


- Marcelo Hessel, jornalista

1º lugar: "A Academia das Musas". O poder de hipnose de um filme que desconcerta a cada virada

2º lugar: "O Tesouro". O filme perfeito para esse 2016 definido pela perplexidade

3º lugar: "Sangue do Meu Sangue". A tradução da nossa completa incapacidade de notar e entender a alteridade

Pior do ano: "Sete Homens e um Destino". Alguém precisa impedir a chrisprattização do cinema americano


- Sérgio Alpendre, crítico e professor

1º lugar: "Visita ou Memórias e Confissões". O tesouro escondido de um dos maiores diretores do cinema

2º lugar: "O Cavalo de Turim". O encerramento de uma carreira cinematográfica com rigor e desencanto

3º lugar: "Sangue do Meu Sangue". Itália ontem e hoje em um filme que é pura poesia

Pior do ano: "Ben-Hur". Refilmagem patética, com cenas constrangedoras


- Sérgio Rizzo, jornalista e apresentador do Arte 1

1º lugar: "As Mil e uma Noites - Vol. 2 e 3". Portugal (e o mundo) em transe: na calada de 2016, um lançamento que ajuda a entender o ano

2º lugar: "Depois da Tempestade". Quietinho, Kore-eda chega a um bocado do que move as emoções familiares

3º lugar: "A Grande Aposta". Guia mordaz para explicar quem e como pilota o trator que vem passando sobre nós

Pior do ano: não citou


CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

Cada integrante do júri elegeu três destaques em ordem de preferência. Foram distribuídos pontos da seguinte maneira:

1º lugar = 3 pontos
2º lugar = 2 pontos
3º lugar = 1 ponto

Os vencedores foram determinados pela soma dos pontos dos eleitos de cada jurado. Não houve desempate. Os jurados também puderam indicar, em suas categorias, o pior do ano (alguns preferiram não fazê-lo).

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