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Aliar jogo e cinema não é ideia nova. O exemplo é a febre de jogos com filmes, diretores e tudo o mais que explode nas redes sociais. Há quem diga que há muito de lúdico tanto na atividade cinematográfica quanto no amor por filmes que caracteriza a nova cinefilia.
Alguns diretores explicitaram essa relação. Logo vem à lembrança dois clássicos do cinema americano: “Jogo Mortal” (1972), dirigido pelo magnífico Joseph L. Mankiewicz, e seu primo pobre, mas não muito, “Armadilha Mortal” (1982), do grande Sidney Lumet. Ambos têm em comum a presença de Michael Caine no elenco.
“A Noite do Jogo” está alguns degraus abaixo na linhagem. Principalmente porque os diretores John Francis Daley e Jonathan Goldstein, que estrearam há três anos com o novo e falho “Férias Frustradas”, tiveram medo de assumir o jogo e resolveram complicar um pouco as coisas.
De fato, o jogo que armaram na trama é justamente esse: o que é real e o que é inventado nessa noite tão maluca que envolve três casais na tentativa de resolver um sequestro?
O casal principal é formado por Max (Jason Bateman) e Annie (Rachel McAdams). Semanalmente eles se reúnem com outros amigos para jogar por toda a noite. São mesmo viciados em jogos, e foi esse vício que os aproximou em primeiro lugar.
Dois conflitos entram em jogo: o primeiro é a visita do irmão mais velho —e rico— de Max, Brooks (Kyle Chandler), o que faz ressurgir a antiga rivalidade entre eles.
O segundo contém um ingrediente forte de mistério e reside no vizinho policial, Gary (Jesse Plemons). Carente de amigos, Gary ressente-se de não ter sido mais convidado para essas jogatinas após ter se divorciado.
Outros elementos entrarão, e com eles novos conflitos. Infelizmente, percebemos logo que quanto mais o filme introduz esses novos ingredientes mais distantes estamos de um verdadeiro jogo. O que resta, então, é uma comédia com toques de thriller, alguns momentos divertidos e alguma presepada.
No balanço, “A Noite do Jogo” é um divertimento agradável, principalmente pelo trabalho dos atores, mas esquecível, que nos deixa a lamentar a oportunidade perdida de seguir tão interessante filão.
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