Clichês melosos afundam romance sobre segregação racial no Havaí
Com participação de Matt Dillon e Jim Caviezel, 'Meu amor por Grace' retrata romance proibido
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Matt Dillon, quem diria, acabou no Havaí. Visto recentemente como o serial killer do sangrento "A Casa que Jack Construiu" (2018), de Lars von Trier, o antigo galã cult de "Vidas Sem Rumo" (1983), de Francis Ford Coppola, estrela o novelão "Meu amor por Grace". Aí ele contracena com Jim Caviezel, outro ator que já viveu melhores dias --como a sutil atuação em "Além da Linha Vermelha" (1998), de Terrence Malick, depois disso especializando-se em épicos religiosos, como "A Paixão de Cristo" (2004) e "Paulo, Apóstolo de Cristo" (2018).
De todo modo, Dillon pelo menos se salva na pele de Doc, um médico que vai trabalhar no Havaí dos anos 1920, abalado por contrastes sociais e leis étnicas. Ele fará a diferença na vida de um órfão, Jo (Ryan Potter), contra quem pesa o fato de ser japonês mestiço --a mestiçagem, junto aos camponeses daquele tempo, era considerada uma espécie de maldição, que tornava o menino um pária até que o médico chega em seu socorro.
Fora as figuras do órfão rejeitado e do forasteiro ocidental heroico, o melodrama, assinado e coroteirizado pelo diretor suíço David L. Cunningham, é um verdadeiro manual de clichês chorosos de seriados B de televisão --o principal sendo a paixão impossível do garoto por Grace (Olivia Ritchie), a louríssima filha do proprietário rural mais poderoso do lugar, Danielson (Nick Boraine), mantida sob a guarda feroz por sua avó (Juliet Mills), esta com perfil de bruxa de história infantll.
Caviezel entra no imbróglio como outro médico, Reyes, convocado por Danielson, que despreza o estilo espontâneo e altivo de Doc. Bronzeado por uma estranha maquiagem para parecer um tipo latino, sabe-se lá por que razão, o ator embarca numa interpretação caricata de um bêbado oportunista, que se insinua para casar-se com a jovem herdeira Danielson, batendo de frente tanto com Doc quanto com seu apaixonado protegido, Jo.
Esquemático em seu desenvolvimento, o filme não tira proveito de situações potencialmente sugestivas, diluindo o contexto e os personagens em conflitos superficiais e situações exageradas e eventualmente risíveis --sem contar as soluções mágicas e apressadas, de olho em comover o público.
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