Crítica: 'A Máquina de Voar' leva fantasia à realidade dura de hospital

A canção que abre "A Máquina de Voar" logo avisa: esta é uma história em que uns vão rir e outros vão chorar. No espetáculo, adaptado do texto do inglês Phil Porter, alguns também podem cansar: a peça tem quase 1h30 de duração, mais do que os 50 ou 60 minutos tradicionais do horário vespertino infantil.

Com direção de Eric Nowinski, premiado em montagens como "Caminho da Roça" (2016), a peça narra as peripécias de três crianças no hospital Santa Ruth dos Olhos Machucados por meio do teatro dialogado. Tem um gosto meio acre, lembrando autores como Roald Dahl (de "Matilda").

Peça "A Máquina de Voar" *** ****
O trio protagonista usa a imaginação para criar diferentes cenários para suas brincadeiras - Maria Tuca Fanchin/Divulgação

A vida não é lá muito divertida para Pina (Tutti Pinheiro) e Munib (Ricardo Estevam), há tempos internados. Até que chega o inventivo garoto Bonyek (Thomas Huszar), um herói que não esconde contradições e que tem um plano para fugir do hospital, onde há regras severas e poucos privilégios. Tudo imposto por uma vilã com fragilidades, a enfermeira Maristela (Mariana Melgaço), que nem sempre é convincente.

Já envolventes são as cenas em que as crianças imaginam mundos ao brincar de faz de conta. Da dura realidade do hospital, fazem brotar a fantasia, amplificada na trilha sonora de André Vac Torres. É a música que melhor faz ecoar a imaginação do trio no espetáculo, com bom trânsito entre a realidade e a ficção.

Avaliação: bom
Indicação da crítica: a partir de 9 anos

Sesc Belenzinho - R. Pe. Adelino, 1.000, Quarta Parada, região leste, tel. 2076-9700. 392 lugares. Sáb. e dom.: 12h. Até 10/9. Ingresso: R$ 6 a R$ 20. Menores de 12 anos: grátis.

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