Clubes de SP migram para bairros como Água Branca e Bela Vista

Dois clubes serão inaugurados, um retorna à ativa, outros três são repaginados e espera-se o sucessor de uma das casas mais representativas da música eletrônica paulistana. A noite de São Paulo ganha não apenas uma nova paisagem mas uma nova geografia.

Crédito: Apu Gomes/Folha Imagem
Ambiente do Clube Jive, na Alameda Barros, 376, em São Paulo

A rua Augusta, a Barra Funda e a Vila Olímpia continuam com grande concentração de pistas, mas dividirão público com bairros como Santa Cecília, Água Branca e Bela Vista.

Neu (novo em alemão) e The Box imprimem caras novas na noite da cidade. O primeiro será aberto neste final de semana, em esquema "soft opening" (para convidados e público restrito, com o objetivo de testar o serviço da casa). A inauguração oficial ocorre em janeiro.

Localizado na rua Dona Germaine Burchard, fica em um sobrado vizinho ao parque da Água Branca (região oeste). Com capacidade para cerca de 200 pessoas, terá uma pista e uma área externa.

"É um clube com cara de casa, para as pessoas se sentirem à vontade", conta Gustavo Abreu, DJ que comandará as noites de sábado e um dos proprietários do Neu.

O som do Neu será bem diversificado -de rock (sábado) a música brasileira alternativa (quinta-feira) e indie (sexta). Há planos de realizar matinês aos domingos.

"Queríamos ficar longe do burburinho das outras casas", diz Guilherme Barrella, um dos proprietários, sobre a escolha do bairro. "E a Água Branca é um local central." Uma particularidade do Neu: será proibido fumar na pista de dança. "Temos uma boa área externa", afirma Barrella.

O Neu junta-se ao The Box, clube voltado para público mauricinho que ocupa o espaço que antes era do bar/ clube Loveland, na Vila Olímpia. O Box abriu no final de outubro, com decoração arrojada e, no som, house music.
Ainda hoje muita gente lembra com saudade do Jive, clubinho que marcou época (início dos anos 2000) por impulsionar a onda de samba rock nas pistas paulistanas.

O Jive ficava na rua Caio Prado (região central), mas por problemas de alvará fechou as portas em 2001. "Tocávamos ritmos brasileiros, funk, jazz exótico e samba rock, algo inédito para os clubes de São Paulo", diz Marcio Cecci, que depois reabriu a casa em 2002, num anexo do clube Piratininga, em Santa Cecília.

Esse segunda encarnação do Jive durou até 2005, quando foi novamente fechado por problemas com a prefeitura. Segundo Cecci, a papelada foi regularizada e o Jive voltou à ativa há poucos dias, ainda no salão anexo do Piratininga.
"O Jive sempre esteve localizado fora do circuito regular da noite. É o que prefere nosso público, com formadores de opinião, universitários", diz Cecci.

Mudança

Em fevereiro ou março, a empresária Flavia Ceccato espera inaugurar o sucessor do Lov.e, um dos principais clubes da noite paulistana. A nova casa, ainda sem nome, será sediada na Bela Vista.

A concorrência motiva mudanças em pistas já estabelecidas. O D-Edge, por exemplo, já passa por uma reforma que ampliará a capacidade de público -atualmente, de 300 pessoas.

O clube ganhará um lounge e um terraço com vista para o Memorial da América Latina. A previsão é que fique pronto em março do ano que vem.

Já o Vegas deixará de existir em 2009. Facundo Guerra, um dos donos do clube, inaugurará uma casa em junho -que ganhará o nome Pan Am. O sucessor do Vegas ficará em um edifício nos arredores da biblioteca Mário de Andrade, no centro da cidade. "Nós fecharemos o Vegas dois meses antes de abrirmos o Pan Am."

Além do clube, Guerra inaugurará dois bares, ambos em janeiro: o Z, na rua Augusta, 934, e o Volt, no nº 40 da Haddock Lobo (Cerqueira César).

Também em janeiro, o Clash, na Barra Funda, ganhará um sistema de projeções de vídeo integrado com a iluminação da casa. E o palco, para shows ao vivo, será remodelado.

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