Numa investida diferente para revigorar a gastronomia da rua Amauri, os empresários João Paulo Diniz (Forneria San Paolo), Ricardo Trevisani (Ristorantino) e Renato Calixto (ex-Nino Cucina) abriram o Factório com menu de bar, café e restaurante servido o dia todo, desde as oito da manhã.
O nome e a inspirada decoração vêm da antiga fábrica que, segundo eles, ocupava o ponto no passado. À noite, o espaço é pequeno e curioso, com tubulações aparentes e um cortinado que suaviza o ambiente. Já na hora do almoço, abre-se um salão maior, com bufê e uma barulheira verdadeiramente fabril.
Mas, em que pese a acústica, é um almoço interessante. O bufê tem sua originalidade —diferentes grãos e vegetais (arroz-cateto verde, cabotiá assada com alecrim, quinoa com cogumelos e aspargos), arrozes (de carneiro, de suã, de galinha) e duas carnes pedidas diretamente ao garçom (por exemplo, o bom lombinho levemente defumado e grelhado).
No menu fixo, também assinado pelo jovem Gabriel Vidolin, 28 (ex-Leão Vermelho, casa experimental de apenas seis mesas que manteve no interior de São Paulo), há pratos reconfortantes como shakshuka (ovo poché com tomate e cebolas confitadas) e a panelinha de arroz de cordeiro. E, com sabores mais marcantes, os minilegumes em conserva, e a mistura de frango e lombo agridoce com painço, pepino, coentro e vinagre de gergelim.
O prato de nhoque de mandioquinha com tilápia defumada e cebolas caramelizadas confere algum interesse ao tedioso peixe. Mas a costela de porco, difícil de destrinchar sob o molho de especiarias, vem com purê de couve-flor absolutamente insosso. Como o contrafilé, que traz uma miniabóbora tão sem gosto quanto a nata tostada que o acompanha.
Na sobremesa, o bolo de tapioca (que vem com creme de limão e sorvete de cítricos) poderia ter sido retrabalhado para ficar mais leve. Fica a sugestão.
Avaliação: regular
R. Amauri, 244, Jd. Europa, região oeste, tel. 3079-7246. 70 lugares. Seg. a sáb.: 8h às 24h. Dom.: 8h às 18h.
18h54
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