Crítica: Com Fernando Pessoa e boa trilha, 'Histórias que o Vento Traz' leva à reflexão

A peça "Histórias que o Vento Traz" tem canções feitas a partir de poemas de Fernando Pessoa (1888-1935), executadas ao vivo, com voz e percussão, que compõem a metáfora do vento como propulsor do desenvolvimento do pensamento.

A bela trilha sonora, de Marcos Iki, inclui sons da floresta, produzidos com apitos, assovios e onomatopeias, que ajudam a construir as florestas e as paisagens de quatro histórias.

Cena do espetáculo 'Histórias que o Vento Traz' *** ****
Cena do espetáculo "Histórias que o Vento Traz" - Divulgação

Da premiada Cia. Paidéia, parceira do Grips Theater de Berlim desde 2010, a montagem tem direção de Amauri Falseti e adota acertadamente recursos do teatro épico do encenador Bertolt Brecht (1898-1956), como aqueles em que o ator entra e sai de vários papéis durante a representação, além de propor reflexões.

As histórias retratam experiências dos personagens, pretendem difundir sabedoria e exploram a ideia de narrativa do filósofo alemão Walter Benjamin (1892-1940). Uma das aventuras fala de um velho que deseja dividir o que conseguiu em vida entre os filhos.

Três atores e um músico se revezam nos papéis de personagens e narradores conselheiros. Carolina Chmielewski, Suzana Azevedo, Rogério Modesto e o músico Iki põem em relevo a experiência do ator na função de narrar.

Avaliação: muito bom
Indicação da crítica: a partir de 8 anos

Cia. Paidéia - Sala Principal - R. Darwin, 153, Jardim Santo Amaro, região sul, tel. 5522-1283. 100 lugares. Sáb.: 17h. Até 10/6. CC: V, M, AE, E. Ingresso: R$ 20. a

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