Monet ganha exposição em shopping de SP pensada para viralizar nas redes sociais
Vida e obra do pintor francês são recriadas com experiências sensoriais
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Se São Paulo vê ultimamente um novo circuito de arte surgir na cidade, com uma série de novas galerias sendo abertas, o shopping Pátio Higienópolis vem buscando dar um ar pop e instagramável para pintores conhecidos. Primeiro foi Van Gogh, que ganhou uma mostra imersiva no centro de compras. Agora é a vez de Claude Monet.
O local onde o pintor impressionista e nomes como Renoir, Pissarro e Cézanne se reuniam para discutir arte, chamado Café de la Nouvelle-Athènes, foi uma das recriações da exposição "As Paisagens Impressionistas de Claude Monet - Uma Experiência Sensorial", que foi inaugurada neste mês no shopping.
A atração funciona mais como um mergulho raso na belle époque, na vida e na obra do pintor francês, priorizando os cenários pensados para render boas fotos para o Instagram. Saber mais sobre um dos maiores pintores impressionistas se torna quase secundário.
Com oito partes, a exposição traz logo na entrada a reprodução do ateliê de Monet, onde ele costumava receber convidados. Alguns quadros que remetem a etapas da vida do artista estão ajustados para o visitante ter um bom ângulo na hora do clique. Já a natureza, principal fonte de inspiração de Monet, é retratada por uma simples cenografia atrás de uma janela.
Outra sala apresenta os materiais usados pelo pintor, como tinta a óleo e pincel chanfrado, que influenciaram os seus traços rápidos e espontâneos. Também há referências à catarata nos dois olhos, doença que ele descobriu ter em 1907, o que fez com que ele passasse a pintar com cores mais fortes.
Enquanto o público lota a sua própria galeria online de fotos, é possível ver na exposição a catedral de Rouen, registrada dezenas de vezes pelo pintor em diferentes horários e estações do ano. Há também referências à série "Meules", em que ele pintou variações de um campo com montes de feno. Em 2019, uma das obras da série foi leiloada por cerca de R$ 440 milhões na cotação da época, um recorde para o artista francês.
Mas o grande destaque está nas experiências sensoriais. A ideia é fazer o visitante sentir o aroma do mato, da terra e das plantas na reprodução dos jardins de Monet —cheio de referências japonesas, eles foram construídos pelo artista depois de ganhar na loteria. No shopping, a utilização de máscara como proteção contra a Covid-19, que é obrigatória e importante, faz essa experiência e essa imersão perderem um pouco da graça.