O passeio começa dentro de uma casa bem arrumada, com quadros pendurados nas paredes e uma estante lotada de livros. Depois, é a vez de um galpão industrial e, em seguida, um quarto de criança, a cozinha de um restaurante renomado e uma barbearia próxima a um mundo habitado por almas.

Pode parecer uma mistureba sem critério, mas o roteiro é muito bem calculado. Estes são alguns dos cenários construídos para compor a "Mundo Pixar", exposição sobre os filmes do estúdio que abre as portas nesta quarta, dia 20, no shopping Eldorado, na zona oeste de São Paulo —em mais uma tentativa da Pixar de ampliar seus domínio fora das telas, após apresentar um concerto temático por duas semanas no teatro Alfa.

A visita começa no gramado da casa de Carl Fredricksen, o velhinho de "Up - Altas Aventuras", que dá entrada para uma sala de estar que imita minuciosamente a do filme. Uma estátua do personagem ranzinza foi colocada no meio do espaço, entre duas poltronas, onde é possível sentar e tirar fotos.

Aliás, é difícil andar pela exposição sem querer apontar os celulares para todos os lados. Além dos espaços interativos, cada ambiente foi decorado para seduzir aqueles que querem viralizar nas redes sociais.

Estátuas dos personagens mais clássicos do estúdio surgem como uma atração à parte. Os fãs de "Monstros S.A.", por exemplo, vão gostar de ver as réplicas de Sully e Mike Wazowski, no local que imita a fábrica do filme.

A coleção de estátuas cresce no próximo ambiente, que abriga esculturas do caubói Woody e do astronauta Buzz Lightyear, de "Toy Story". Na réplica do quarto do garoto Andy, tudo foi construído em grande escala: a cama, por exemplo, tem cerca de três metros de altura. A intenção é fazer os visitantes se sentirem minúsculos como os brinquedos –e dá certo, tanto na sensação quanto nas fotografias.

Mas nem todos os espaços conseguem manter o nível de grandiosidade. É o caso do túnel temático de "Lightyear". Ali, além das lâmpadas azuladas espalhadas pelas paredes, não há muito o que se ver. A sensação é que o ambiente só serve para divulgar o filme, que ainda está em cartaz nos cinemas.

Uma sensação de frustração semelhante surge a seguir. Depois de um divertido recinto que reproduz a sala de controle do cérebro de Riley, do premiado "Divertida Mente", é difícil não ficar desapontado com o local de "Ratatouille", um dos clássicos do estúdio. Estão lá instrumentos de cozinha gigantes, é verdade, mas só –nem o boneco do ratinho Remy foi construído.

O passeio volta a ficar empolgante de verdade depois, com dois cenários de "Soul". Primeiro, os visitantes entram numa sala que reproduz a barbearia do filme. Depois, em outra que recria o vasto mundo das almas.

Depois de uma parada rápida para ver personagens de "Os Incríveis", o passeio segue para o ambiente temático de "Carros", que guarda uma réplica do Relâmpago McQueen com quase quatro metros de comprimento. O último espaço é dedicado a "Procurando Nemo", que tenta imitar o fundo do mar num ambiente completamente seco.

Uma hora é o suficiente para visitar a "Mundo Pixar", mas a produção do evento garante que cada pessoa vai poder trilhar o caminho em quanto tempo quiser. No fim da sessão de fotografias, é hora de pôr a mão no bolso. Além dos R$ 60 da entrada, a lojinha do local vende camisetas para adultos a R$ 80 e alguns chaveiros por até R$ 30.