A cidade de São Paulo é caracterizada, entre outras coisas, pelos desenhos que trazem mensagens, enfeitam e colorem seus muros e empenas —que é como são chamadas as faces sem janelas de um prédio. Esse tipo de arte é celebrado nesta segunda-feira (27), considerado o Dia Mundial do Grafite.

A data faz referência ao artista Alex Vallauri, etíope naturalizado brasileiro, que morreu em 27 de março de 1987. Para manter essa arte viva nas ruas, a prefeitura de São Paulo criou o programa Museu de Arte de Rua, que entregou entregou 118 obras para a cidade em 2022.

Outro projeto que incentiva o grafite é a Gentilização, uma produtora de artes públicas de grandes proporções criada por Vera Nunes em 2015. Ela conta que deu início ao trabalho quando percebeu o processo de gentrificação no centro da cidade. Foi então que resolveu incentivar trabalhos artísticos de artistas negros, LGBTQIA+ e indígenas, além de levar essas obras para outras regiões da cidade, não ficando restrita ao Minhocão. Os grafites abordam temas como direitos humanos, ancestralidade, força da mulher e valorização da população negra.

Veja a seguir uma lista com alguns pontos que contém grafites em São Paulo, elaborados em parceria com a Gentilização e também financiados pela Secretaria Municipal de Cultura:

ZONA LESTE

Ermelino Matarazzo
A região ganhou uma série de trabalhos em empenas de um conjunto de prédios. Tem grafite dos artistas Clara Leff, Eve, Fixxa e Ogbá. Todos viabilizados pelo projeto Gentilização.
R. Papiro do Egito, 1.384, Jardim Nair, região leste

CEU São Pedro
O espaço ganhou um grafite do artista Felipe Yung, conhecido como Flip, elaborado com seu filho autista.
Rua Professora Lucila Cerqueira, 124, Jardim São Pedro, região leste

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ZONA NORTE

CEU Parque Novo Mundo
A arte no Parque Novo Mundo foi feita por Ogbá, artista baiano que exalta seu passado e suas origens em suas obras, como nessa, chamada "A Trabalhadora".
Av. Ernesto Augusto Lopes, 100, Parque Vila Maria, região norte

Museu Aberto de Arte Urbana
No trecho do elevado entre as estações de metrô Tietê, Santana e Carandiru, na Linha 1 - Azul do Metrô, 66 obras preenchem e colorem 33 pilastras.
Av. Cruzeiro do Sul, Santana, região norte

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ZONA OESTE

CEU Butantã
A artista Minura produziu um mural, também com o apoio do projeto Gentilização.
Av. Eng. Heitor Antônio Eiras Garcia, 1870, Jardim Esmeralda, região oeste

CEU Vila Atlântica
No mês de março, em que é celebrada a luta das mulheres, a artista Ziza idealizou um mural de duas artistas, Sheyla Ayo e Kelly Reis. O projeto se chama "Estamxs Vivxs – Mulheres Emergentes" e cada uma aborda a temática feminina de forma diferente nas empenas.
R. Cel. José Venâncio Dias, 840, Vila Jaraguá, região oeste

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ZONA SUL

CEU Cidade Dutra
Para o Mês da Consciência Negra, em 2020, o artista Enivo fez a obra "Afro Jacaré", em homenagem à cultura afro-futurista brasileira.
Av. Interlagos, 7.350, Interlagos, região sul

Suas Memórias, Maria
Em frente ao ecoponto Maria do Carmo, a artista Beatriz Corradi fez um mural em homenagem a sua avó, que trabalhou na roça e de lá migrou para São Paulo.
R. Caminho do Engenho, 731, Ferreira, região sul

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CENTRO

Bixiga
Na região, as artistas Nazura e Auá Mendes coloriram duas grandes empenas com retratos de temáticas indígenas e afro-futuristas.
R. Rua Jaceguay, Bixiga, região central

Bom Retiro
Obras da artista sul-coreana Wooh Nayoung estão estampando as paredes dos prédios do bairro conhecido pelo grande número de descendentes do país. Um dos trabalhos é inspirado na lenda brasileira da vitória-régia.
R. Bom Retiro, região central