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Ilú Obá de Min realiza tradicional lavagem da rua Treze de Maio; programe-se para acompanhar

Ato contesta a ideia de que a Lei Áurea resolveu os problemas da escravidão

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São Paulo

Este ano, no dia 13 de maio, completam-se 136 anos da assinatura da Lei Áurea, que aboliu legalmente a escravidão do Brasil. O dia é lembrado pelo grupo Ilú Obá de Min, criado por mulheres negras em 2004 e que, anualmente, realiza uma lavagem na rua que leva a data no nome.

O coletivo Ilú Obá De Min, ocupa a rua Treze de Maio, no bairro do Bixiga, para fazer o ritual da "Lavagem da escadaria" em 2022 - Analu Buchmann

O ato simbólico é também um protesto, que contesta a ideia de que a lei sanou os problemas da população negra no Brasil e questionando o protagonismo da ação, cujos louros ficaram para princesa Isabel e não para as lideranças negras e para a luta abolicionista.

A associação, responsável por um dos maiores blocos afro do carnaval de São Paulo, surgiu com a missão de divulgar a cultura negra e fortalecer as mulheres negras. O nome Ilú Obá de Min significa, em Yorubá, "mãos femininas que tocam tambor para xangô".

Todos os anos, elas vestem branco e se reúnem na escadaria do Bixiga, onde tocam seus tambores, fazem discursos, dançam e espalham água de cheiro escada abaixo. Após a lavagem, o grupo segue em cortejo pela rua 13 de Maio.

O Bixiga é conhecido hoje pela forte presença da comunidade italiana de São Paulo, mas a população negra já estava presente na região. Escravizados fugidos de leilões no vale do Anhangabaú chegavam ali pelo rio Saracura, hoje canalizado, e formavam quilombos em suas margens.

Lavagem da Treze de Maio

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