Dominguinhos ganha musical cheio de sucessos do forró e com a filha do cantor no elenco
'Isso Aqui Tá Bom Demais' estreia em SP com canções como 'Gostoso Demais' e 'Tenho Sede'
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Foram sete anos até que o diretor Gabriel Fontes Paiva finalmente estreasse o espetáculo que queria, uma homenagem ao sanfoneiro Dominguinhos, morto em 2013 e apadrinhado por ninguém menos do que Luiz Gonzaga.
"Foram anos elaborando, negociando direitos autorais, viabilizando e formando equipes, até conseguirmos construir o projeto ideal", diz Paiva.
O desejo de transformar a trajetória de um dos principais nomes da música popular do Brasil tomou forma quando o encenador se reuniu com a pesquisadora e diretora Myriam Taubkin. Juntos, passaram a relembrar os tempos em que trabalharam com o sanfoneiro pernambucano, num processo que chega ao palco do Teatro Faap, em São Paulo, na sexta, dia 7.
Mas "Dominguinhos: Isso Aqui tá Bom Demais" se difere da maioria dos musicais biográficos, que entram e saem dos palcos paulistanos todos os meses, porque apresenta a vida do autor de clássicos como "Lamento Sertanejo" e "Eu Só Quero um Xodó" numa narrativa não linear.
Ao contrário, o espetáculo encena recortes de sua trajetória com um elenco de músicos que se divide entre todos os papéis da montagem —entre eles, Liv Moraes, filha de Dominguinhos.
Moraes, que diz enxergar a peça como uma imersão afetiva na própria família, se junta a outros nomes que enfileiram sucessos como "Gostoso Demais", "Tenho Sede" e, é claro, a canção que dá título ao musical, "Isso Aqui Tá bom Demais", numa mistura de momentos tristes e felizes —algo que não terminou nem com a morte do músico, que teve seu corpo exumado após um primeiro sepultamento e enterrado novamente, em Garanhuns, no interior de Pernambuco, após uma disputa judicial.
"Meu pai deixa um legado de genialidade e de sabedoria extrema sobre a música, o amor, o companheirismo e a amizade. E no teatro a gente consegue sentir isso a partir do público", conta Moraes.
A montagem narra a trajetória de Dominguinhos a partir de diálogos travados entre o músico e sua sanfona, relembrando passagens do início da carreira, sua relação com Luiz Gonzaga, o sucesso no sudeste e a parceria com nomes como Anastácia e Elba Ramalho, essenciais na carreira do artista.
O espetáculo entrelaça fatos biográficos, notícias de jornais e lembranças tanto da filha do músico quanto de Paiva e Taubkin no período em que trabalharam com o compositor.
Um dos fundadores do Grupo 3 de Teatro, ao lado de Débora Falabella e de Yara de Novaes, Paiva reuniu no projeto antigos colaboradores. Entre eles, a dramaturga Silvia Gomez, autora do texto, que mistura fatos biográficos, música e ficção.
"Foi instigante olhar para documentos como notícias de jornal e entrevistas antigas. Ao mergulhar na obra e nos depoimentos dele, entendi que Dominguinhos não gostava de falar sobre os momentos tristes da vida. A música dele acorda as nossas células e faz a vida ferver", diz Gomez.