Nono musical da premiada Banda Mirim, "Buda" sai da tradicional sessão vespertina para inaugurar um horário para toda a família, às 20h, e defender a ideia de um teatro que dialoga com todos os públicos.
No espetáculo, o elenco conta, canta, toca e interpreta a história do príncipe Siddharta Gautama, que, na vida adulta, renunciou ao trono e fundou o budismo.
O diretor, Marcelo Romagnoli, também autor do texto, esbanja concisão poética na narrativa. Quando Siddharta decide transpor os muros do palácio, descobrimos o mundo por lentes infantis (e não infantilizadas), que elucidam questões como a velhice ("o tempo em movimento"), a doença ("a desordem do corpo") e a morte ("quando a vida finalmente escapa").
Mas talvez seja a música a principal personagem, quase uma entidade. Na direção musical de Tata Fernandes, ela preenche todo o palco com vigor, em citações e colagens de Raul Seixas, Beatles e Nirvana.
"Buda" é um espetáculo que, ao narrar a busca pela felicidade a partir da filosofia budista, atinge a leveza, expressa na narrativa sem excessos, em gestos tão coreografados quanto comedidos, nas sonoridades de misturas étnicas, no humor que inventa o inusitado. É, sim, espetáculo para toda a família.
Avaliação: ótimo
Indicação da crítica: a partir de 7 anos
Sesc Santana - Av. Luiz Dumont Villares, 579, Santana, região norte, tel. 2971-8700. Sex. e sáb.: 20h. Dom.: 18h. Até 17/12. Livre. Ingresso: R$ 5 a R$ 17. Menores de 12 anos: grátis.
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