Com concepção, direção e dramaturgia de Miló Martins (do bom “A Menina e o Sábiá”), “Dorotéia, a Velhinha que Gostava de Dançar” é um espetáculo (quase) sem palavras que trata das descobertas do amor na velhice, a partir de linguagens do corpo.
No enredo, uma velhinha dançarina, Dorotéia (Dora Bueno), e seu gato brincalhão (Danilo Alves) recebem a visita inesperada dos novos vizinhos, uma gata sedutora (Mariana Taques) e seu dono, Augustus (Ari Willians).
O encontro amoroso dos dois velhinhos esbanja graça ao bailar no ritmo de uma idade que pede cautela nos movimentos. Já os gatos, assim como as crianças, brincam em manobras de parkour na casa cheia de obstáculos.
Na narrativa visual, se sobressaem figurino (Márcio Vinícius) e iluminação (Marisa Bentivegna). Mas se a produção caprichada encanta, a dramaturgia inspirada em livro homônimo de Margareth Park, marcada pela singeleza, carece de peripécias. No enredo, as ações se repetem, como o sono insistente de Dorotéia ou as brincadeiras da gata invasora.
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