Crítica: "Fábulas de um Sótão" tem agilidade no enredo e direção acertada

O espetáculo Fábulas de um Sótão, dirigido por César Baptista, traz a história dos brinquedos da infância (como peteca, pipa e pião) a partir de uma viagem no tempo. Passado, presente e futuro se cruzam com boas amarras e agilidade no enredo, em que o menino Arthurzinho (Paula Arruda, com interpretação nada tatibitate) se esconde no sótão com o amigo Lotti (Renato Cruz) para fugir da mudança de casa imposta pelos pais.

É no sótão (cenografia de Giorgia Massetani), metáfora da memória, que a história deslancha. Ali, entre objetos de outras épocas sem serventia, eles encontram um rádio e um pião, que, acionados simultaneamente, geram deslocamentos no tempo e trazem do futuro Arthurzão, versão adulta do menino.

'Fábulas de um Sótão'
Fábulas de um Sótão: a peça conta a história de brinquedos antigos, como pião e peteca - Marcello Vitorino/Divulgação

A narrativa é conduzida entre passagens de tempo, encenadas com recursos que, apesar de funcionais, são pouco inventivos. Na tentativa de mandar Arthurzão de volta para o futuro, o trio viaja para o Egito Antigo dos faraós e descobre a história do pião e para a época de Napoleão Bonaparte e entende o uso militar que faziam das pipas.

O elenco tem uma direção acertada, mas merece destaque a divertida dupla de atores Eduardo Tocha e Filipe Peña, que se revezam em diversos papéis e contagiam a plateia.

Apesar de o espetáculo não derrapar no discurso recorrente de que criança só gosta de tecnologia, a dramaturgia assume um tom saudosista em que peteca, pião e pipa são coisas do passado e estabelece a relação da infância de hoje com esses brinquedos como mero interesse histórico.

Avaliação: bom
Indicação da crítica: a partir de 6 anos

Sesc Consolação - teatro Anchieta - R. Dr. Vila Nova, 245, V. Buarque, tel. 3234-3000. 280 lugares. Sáb.: 11h. Até 17/12. CC: V, M, E. Ingr.: R$ 5 a R$ 17. Menores de 12 anos: grátis

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