"Catopleia Alegorias Musicais" é um espetáculo que começa falando do tempo, cheio de questionamentos. E, num ritmo nada frenético, instaura logo seu próprio tempo cênico, no compasso de um poema visual.
Concebido e dirigido por Luz Marina e Edith Derdyk, com direção cênica de Deise Alves, "Catopleia" é um show-instalação. Com poucos elementos cênicos, todos precisamente escolhidos, o palco vai se enchendo de narrativas visuais e sonoras. Uma panela e uma escumadeira fazem chover, um objeto de contornos inusitados que desce do alto serve como chapéu, entre outras metáforas visuais.
A intérprete Luz Marina é uma figura enigmática em cena, de gestos pequenos, bem coreografados. De repente, usando elementos do palco-instalação, surge como uma Carmen Miranda concretista. É acompanhada pelos músicos João Taubkin (violão) e Igor Caracas (percussão), ambos também nos vocais, todos trajando figurinos em preto e branco, sem excessos.
A luz de Aline Santini, aliada às projeções de vídeos criados por Rodrigo Gontijo, ajuda a desenhar as narrativas nessa estética minimalista. As crianças podem imprimir outras cores e novos contornos às canções que provocam a imaginação ao falar de criaturas como a catopleia, "um bicho preguiçoso e lento", "não olha e come vento".
Avaliação: muito bom
Indicação da crítica: a partir de 4 anos
Sesc Ipiranga - R. Bom Pastor, 822, Ipiranga, tel. 3340-2000. Dom.: 11h. Até 4/2. 60 min. Livre. CC: V, M, AE, E, D, H. Ingr.: R$ 5 a R$ 17. Menores de 12 anos: grátis. Ingr. p/ sescsp.org.br.
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