Questionar padrões e valores instituídos pelos contos de fadas é cada vez mais recorrente nos espetáculos que trazem príncipes e princesas. É o caso de “DesPrincesa”, da Cia. Casa da Tia Siré, em cartaz no Centro Cultural São Paulo.
Dirigido por Vera Lamy, a peça conta as peripécias de Lila (Andressa Ferrarezi), uma menina que fala o que pensa, solta pum e só quer brincar de princesa. Do seu armário, sai um dinossauro (Juh Vieira) que ganha vida e vira seu parceiro de aventuras imaginárias.
Imaginação, aliás, é o maior brinquedo da menina, que transforma tudo ao seu redor. Assim, o dinossauro vira dragão e a vassoura faz as vezes de espada. A dupla também brinca com elementos dos enredos clássicos —a maçã de Branca de Neve, as tranças de Rapunzel, os sapatinhos de Cinderela.
A peça tem produção modesta: o cenário, apesar dos poucos elementos (um armário e tecidos pendurados), é funcional e apoia a protagonista em seus jogos imaginativos.
Com texto de Andressa Ferrarezi e Juh Vieira, talvez o maior trunfo do espetáculo seja a abordagem de questões de gênero. Só é de se estranhar que os questionamentos maiores sobre o que é coisa de menina ou de menino surjam só no final.
Avaliação: regular
Indicação da crítica: a partir de cinco anos
CCSP - sala Jardel Filho - R. Vergueiro, 1.000, Liberdade, tel. 3397-4002. Sáb. e dom.: 16h. Até 1º/4. 50 min. Livre. Retirar ingresso com antecedência de duas horas. GRÁTIS
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