Apesar de contar com poucas unidades na cidade de São Paulo, o Imax faturou o tricampeonato de melhor projeção entre os cinemas paulistanos, segundo avaliação das melhores salas feita pelo Guia. São somente três endereços com esse tipo de tela: Cinépolis JK Iguatemi, Espaço Itaú de Cinema Pompeia e UCI Anália Franco.

O Imax desbancou sua principal concorrente, a XD, da rede Cinemark, e provou que tamanho é documento, sim. As telas aliam ótima qualidade de imagem, com nota máxima na avaliação, a uma experiência imersiva gerada por sua curvatura e altura, o que preenche quase todo o campo de visão dos espectadores.

Nas três unidades, o filme que o júri acompanhou durante o teste foi "Batman". É possível observar que a imagem é superior em comparação a praticamente todos os outros tipos de telas —manchas, imagens fora de foco, tons opacos ou muito amarelados foram alguns dos problemas encontrados nas demais sessões.

O longa estrelado por Robert Pattinson é um bom termômetro por ser recheado de cenas escuras em Gotham. Em outros cinemas, as imagens surgiram escuras demais, por vezes até dificultando o entendimento de algumas delas. Nas telas Imax, por sua vez, essas mesmas passagens apareceram claras e nítidas, reforçando as nuances da fotografia carregada de tons sombrios.

Já nas cenas mais claras e coloridas, a tela Imax reforçou as cores vivas, mas sem que parecessem exageradamente fortes, o que poderia incomodar alguns espectadores sentados mais próximos à projeção —em especial na sala do Itaú Pompeia, onde as poltronas ficam muito perto da tela de impressionantes 294 m².

A sala, inclusive, poderia ser readequada no tamanho, uma vez que a distância para os assentos é tão curta que, em alguns pontos, não é raro que as cabeças das pessoas sentadas nas primeiras fileiras obstruam parte da visão. Caso o filme ocupe a altura total da telona, alguns espectadores podem ter dificuldade para enxergar o que estiver projetado na parte mais baixa.

O mesmo não acontece nas unidades do UCI Anália Franco e do Cinépolis JK Iguatemi, por possuírem um recuo maior em relação às cadeiras. Mas essa distância de forma alguma diminui o impacto megalomaníaco da projeção, uma vez que a primeira possui 143 m² de tela, enquanto a segunda tem 201,59 m².

Para dar conta de uma imagem dessa proporção, a tecnologia Imax possui dois projetores, com o dobro da resolução de um tradicional, que funcionam simultaneamente para fornecer uma imagem com equilíbrio de cor e nitidez em exibições em 4K e em 3D, em 35 mm e 70 mm.

O Imax foi criado no final dos anos 1960, no Canadá, e o primeiro filme projetado no formato, "Tiger Child", foi exibido na feira mundial Expo '70, em Osaka, no Japão. No Brasil, a tecnologia chegou apenas em janeiro de 2009, justamente na sala do Itaú Pompeia —à época Unibanco—, e a estreia aconteceu com o documentário "Fundo do Mar 3D", dirigido pelo oceanógrafo Howard Hall.