Um quesito sempre observado na avaliação feita pelo Guia para eleger os melhores cinemas de São Paulo é a acessibilidade. Os cuidados —ou a falta deles— para facilitar o vaivém de pessoas com deficiência, obesos e idosos, o conforto que essa parcela da população desfruta nas salas e a possibilidade de assistir a um filme sem perder parte do que é projetado, tudo isso é observado nas notas dadas pelo júri.
Levando em consideração esses critérios, o Cinesesc foi eleito o endereço mais acessível da capital paulista.
Aspectos como sinalização, localização dos lugares para cadeirantes, assentos para acompanhantes, rampas de acesso, presença e firmeza de corrimão, piso tátil e banheiro com acessibilidade fazem a diferença no cinema.
A maioria dos complexos visitados deixa a desejar nesse quesito. Muitos, por exemplo, reservam poltronas aos cadeirantes na primeira fileira, com a tela a poucos metros de distância —o que condena essas pessoas necessariamente ao pior local da sala. Já outros dedicam espaço às cadeiras de rodas apenas no fundo, também em locais de visibilidade ruim.
Alguns não têm piso especial para pessoas com deficiência visual. Quando esse piso existe, falta o mesmo cuidado nas áreas de entrada e saída das salas. Em alguns casos, a rampa de acesso é muito íngreme. Poucos possuem assentos para pessoas obesas.
No Cinesesc, eleito também o melhor cinema de rua, dos 279 lugares disponíveis, seis são reservados a cadeirantes, seis a acompanhantes, três a pessoas obesas e dois a pessoas com mobilidade reduzida. Um totem tátil indica em braile onde ficam os banheiros, a sala e outros locais do endereço.
O local também conta com programação acessível e disponibiliza, em algumas sessões e festivais de filmes, o serviço de audiodescrição para deficientes visuais e auditivos, além de legendas open caption.
O que o Cinesesc faz não é mais do que a obrigação —e está previsto em lei. As exigências da Lei Brasileira de Inclusão, que prevê que todas as salas de cinema do país ofereçam recursos de acessibilidade a pessoas com deficiências visual e auditiva, devem entrar em vigor em janeiro de 2023, depois de anos de atraso.
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