Zoológico de São Paulo lança passeio noturno para ver onças, leões e bichos com 'insônia'
Durante o mês de julho, 'Noite Animal' promove trajeto a pé para avistar espécies notívagas
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Em uma das músicas mais populares do clássico da Disney "O Rei Leão", a dupla Timão e Pumba canta que, durante a noite, quem dorme é o leão. Mas, na vida real, não é bem assim —esses animais preferem dormir durante o dia e, quando anoitece, bate a "insônia" e eles saem para caçar e se exercitar.
Não é bem dificuldade para pregar o olho, é claro. É que leões e outros bichos têm hábitos noturnos. Por isso é difícil vê-los quando as pessoas vão ao zoológico, já que geralmente eles estão numa soneca.
Mas isso vai mudar com um novo passeio noturno do Zoológico de São Paulo neste mês de julho. Chamada "Noite Animal", a atração percorre um trajeto a pé de 2,5 km para exibir espécies que ficam muito mais ativas à noite.
Desde a entrada, foi criada uma ambientação com luzes cenográficas, projetadas na vegetação. Uma linha pintada no chão com tinta fosforescente guia os visitantes, que encontram, ao longo do trajeto, alguns educadores.
No passeio, que tem início na quinta-feira, dia 7, é possível observar o comportamento de espécies como corujas, tigres, elefantes, serpentes, antas, dromedários, tamanduás e diferentes anfíbios. São animais que, quando escurece e o calor arrefece, saem de suas tocas para caminhar, tomar banho, se reproduzir e comer.
Um dos maiores dorminhocos é o leão, que dedica cerca de 18 horas ao descanso. À noite é o momento de brincar para o jovem Dacar, de apenas dois anos. Ele anda para lá e para cá e, vez ou outra, tenta pular no pai, Iduma, cinco anos mais velho e com quem divide o recinto.
A alguns metros dali, duas javalis cavucam o chão em busca de folhagens. Esse é o alimento preferido também das elefantes Serva e Hangun, que mastigam sem pressa maços de plantas. Ao ouvir movimentos, levantam as trombas, curiosas com os visitantes.
Andando mais um pouco, dá para observar uma colônia de flamingos interagindo entre si em um dos lagos e um lobo-guará que fareja o território em busca de comida.
Mas uma das principais atrações é mesmo a onça-pintada —neste caso, um macho: Raimundinho, morador do zoo há 11 anos. Ele se distrai pulando sobre palmeiras para alcançar pedaços de carne que foram colocados no alto. O animal, inclusive, passou a receber mais atenção do público por causa de "Pantanal", novela que virou febre e tem como protagonista Juma, uma mulher que vira onça.
As refeições dos moradores notívagos são servidas quando o endereço fecha as portas. Para a "Noite Animal", foram acrescentados desafios para incentivá-los a se manter em movimento, como dispersar os alimentos ou escondê-los.
Para completar, luzes coloridas de tons quentes foram espalhadas no percurso e nos recintos. Em dias comuns, o zoológico fica no escuro total.
O processo de instalar essa iluminação artificial incluiu estudos para não interferir no comportamento das diferentes espécies e levou cerca de dois meses para ficar pronto, conta Angelita Capobianco, bióloga e gerente responsável pelo bem-estar animal.
As luzes são ligadas por volta das 17h e, garante Capobianco, não perturbam os indivíduos. "Nosso objetivo é criar estímulos para eles expressarem seus comportamentos naturais, de forma que estejam sempre confortáveis."
Por isso, lanternas e flashes de celulares são proibidos. Como, normalmente, esses bichos não recebem visitas noturnas na instituição, é preciso manter também um volume baixo nas conversas, para não atrapalhá-los nem gerar nenhum incômodo.
Por causa da baixa luminosidade, o caminho é bem escuro, e é preciso tomar cuidado por onde anda. Por outro lado, essa escuridão permite observar um céu estrelado —cenário raro em São Paulo, mas atrapalhado vez ou outra pelo barulho de carros, motos e aviões rumo ao aeroporto.
Quando o sol se põe, o clima no zoológico, em meio aos 350 hectares de mata atlântica, esfria. A dica é ir bem agasalhado. E é bom se preparar também para colocar a mão no bolso: o ingresso do passeio vai custar R$ 149,90.