Com corrida de baratas e besouros que podem ser tocados, Museu do Instituto Biológico reabre

Espaço em SP ficou fechado durante a pandemia, reconstruiu exposição e investiu em acessibilidade

São Paulo

Do gramado que cerca a área externa do casarão amarelo ocupado pelo Museu do Instituto Biológico, que fica pertinho do parque Ibirapuera, em São Paulo, é possível ouvir uma torcida animada. Chegando mais perto, encontramos crianças gritando em uma das salas da instituição.

É ali que funciona uma das atrações mais queridas do espaço, que foi reaberto neste mês com a exposição de longa duração "Planeta Inseto". Em uma mesa apelidada de "baratódromo", feita de madeira e coberta por um vidro, cinco baratas —dessas domésticas mesmo, que são frequentemente alvos de chineladas todos os dias— são divididas em raias, como numa corrida de atletismo, enquanto as crianças escolhem as suas preferidas e fazem as suas apostas.

Fachada do Museu do Instituto Biológico, na Vila Mariana
Fachada do Museu do Instituto Biológico, na Vila Mariana - Ze Carlos Barretta/Folhapress

Quando um dos monitores dá a largada, a gritaria começa. A corrida das baratas, agitadas com o barulho, dura pouco tempo, já que essa espécie consegue percorrer até 1,5 metro por segundo, mas empolga as crianças. Embora seja adaptado para atrair a atenção infantil, o espaço também foi projetado para receber pessoas de todas as idades.

A mostra já preenchia os ambientes do museu inaugurado em 2010 há um tempo, mas, enquanto permaneceu de portas fechadas por causa da pandemia da Covid-19, foi totalmente repaginada —assim como a estrutura do local, que se tornou mais acessível com itens como mapa tátil, audioguia, placas com sinalização em braile e rampas.

São sete salas, que abrigam diferentes universos. No dedicado às borboletas e mariposas, por exemplo, alguns belos exemplares de animais aparecem dispostos em quadros. Em um deles é possível ver todas as fases da evolução, começando pelo casulo.

As placas informativas, todas ilustradas e de fácil compreensão, apontam curiosidades, como dicas para diferenciar as mariposas das borboletas. Uma delas chega a comparar o exoesqueleto à "armadura de um cavaleiro", por exemplo.

Também é possível tocar em alguns animais, como em alguns tipos de baratas e besouros. O curioso bicho-da-seda, que é uma mariposa, tem textura macia que lembra um marshmallow. Os visitantes podem conferir de perto a produção da seda dos animais, que ficam numa caixa de vidro.

Outra sala interessante é a dedicada ao som dos insetos. Nela, flores gigantes servem como "casa" de animais como a abelha, o gafanhoto e a cigarra. Botões vermelhos acionam o cantar de um dos bichos e o visitante pode apostar em quem faz aquele som antes que os círculos luminosos revelem o resultado.

Flores gigantes ajudam visitante a entender os cantos de alguns insetos no Museu do Instituto Biológico, em SP
Flores gigantes ajudam visitante a entender os cantos de alguns insetos no Museu do Instituto Biológico, em SP - Fernando Torres/Divulgação

Vizinho a ela, um ambiente é dedicado apenas às abelhas, com réplicas grandes de algumas espécies e um desenho animado que mostra como os animais vivem e produzem o mel. No jardim, o museu também tem colmeias de quatro espécies sem ferrão —jataí, iraí, mandaçaia e uruçu-amarela.

Vários outros animais são contemplados na visita. O museu explica sobre os cupins, que no Brasil aparecem em 347 espécies, as formigas e o dia a dia de um formigueiro, o controle biológico de pragas e como os insetos ajudam a dar pistas em cenas de crimes.

No fim, depois do mergulho no mundo dos insetos, todo mundo sai prestando a atenção para não pisar em nenhuma formiguinha sem querer no chão.

Planeta Inseto

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