É de se esperar que uma exposição sobre os Vingadores, grupo de super-heróis da Marvel que tem filmes recorde de bilheteria do cinema, seja pop.

Chamada Marvel Vingadores S.T.A.T.I.O.N (Superintendência de Treinamento Avançado Tático de Inteligência, Operações e Notícias), a mostra inaugurada dia 3 de maio encanta principalmente fãs e crianças —mas esse público é quase vencido pelo cansaço das filas de algumas interações. O evento acontece em uma grande tenda no parque Villa-Lobos, zona oeste de São Paulo.

Na entrada do passeio, um dos guias anuncia o tom do que vem pela frente: "olá recruta". A ideia é que o visitante passe pelo mesmo treinamento que os heróis, se transforme em um membro do grupo e, assim, possa defender o mundo de ameaças.

Esse anúncio é feito por Maria Hill, agente de inteligência presente em vários dos filmes, em um vídeo logo na primeira sala. Quando a porta seguinte se abre, o visitante se depara com o escudo de Steve Rogers, o Capitão América, disposto de forma que crianças e adultos possam tirar fotos. Uma moto do modelo que o herói usa também fica diante de um ventilador que faz os cabelos de quem a monta se esvoaçarem.

Menos um treinamento, o passeio leva a cenários instagramáveis com muitas informações em painéis que poucos param para ler.

O que salta aos olhos de qualquer fã são os trajes idênticos aos que os heróis usam nos filmes —alguns deles, originais— e os armamentos cheios de detalhes. Em meio a vestimentas como a do Homem-Formiga, Loki e Feiticeira Escarlate, o público quer apontar o celular para todos os lados.

As crianças que visitam não resistem também em fazer um "toca aqui" na mão do Hulk, exposta na área do laboratório do cientista Bruce Banner. Tudo isso com uma trilha sonora de ação ao fundo.

Além de proporcionar selfies, a exposição mostra algumas interações que ficam entediantes rápido. É possível, por exemplo, controlar a imagem do Hulk em um telão por meio de um tablet —ali, você escolhe se ele dá um soco para a esquerda ou junta os braços, por exemplo. Em outra tela touch, o público pode ver a etapa do processo de transformação do cérebro de Banner no da criatura verde, o herói Hulk.

Existem outras áreas, só que mais resumidas: a seção de Pantera Negra, por exemplo, se limita a dois trajes e reprodução dos braceletes utilizados pelo herói e sua família no filme.

A área que mais chama a atenção em todo o espaço é o salão de armaduras do Homem de Ferro. Estão expostas réplicas desde o latão feito por Tony Stark para ajudá-lo a fugir do cativeiro no primeiro filme do herói até um dos trajes mais recentes. O destaque do cômodo vai para a Hulkbuster, a armadura de 4 metros de altura que o herói criou para conter o Hulk em situações de perigo.

É lá também onde fica uma das principais atividades interativas da exposição. Se trata de um jogo que capta os movimentos do corpo enquanto o visitante usa a armadura do Homem de Ferro para derrotar os inimigos. Ali, as crianças ficam ansiosas para jogar e os adultos ficam impacientes com o tamanho da fila.

Outra sala de destaque é a dos vilões, em que a grande figura de Thanos, personagem que aterrorizou os últimos filmes da franquia, está sentada em um trono. Mas a visita dessa área também pode ser atrapalhada por uma fila formada por quem visita uma atração interativa por ali.

No fim, juntar todos os personagens, suas armaduras, cenários para fotos e música de ação ao fundo, é a receita para uma atração estilo parque de diversões. Mas quem visita a exposição consegue aproveitar melhor o tempo observando ao vivo os detalhes dos cenários, coletes, acessórios e roupas dos heróis do que participando das interações de longas filas.

Sem esquecer, claro, da lojinha ao final do trajeto que só aumenta o valor do passeio —uma família composta por dois adultos e uma criança pode ter que desembolsar salgados R$ 360 aos finais de semana.