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Restaurantes

Como é o Bololô, bar de Mc Ryan na zona leste de SP que viralizou no TikTok com 'cigarrinho da paz'

Funkeiro construiu a casa para realizar sonho da avó, que prepara macarrão à carbonara

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São Paulo

Mesmo antes da abertura do Bololô Restaurant e Bar, o novo estabelecimento de MC Ryan já era citado na música "Let’s Go 4", interpretada por ele e mais cinco artistas. Nos versos, o funkeiro MC GP canta que vai jantar no restaurante do amigo e pedir um macarrão à carbonara, prato que depois viria a ser um dos mais pedidos pelos clientes no primeiro mês desde a abertura do local, no fim de setembro.

Ryan é autor do hit "Tubarão Te Amo", aquela dos versos "Tubarão, te amo/ Falcão, te amo". Seu restaurante, o Bololô, viralizou no TikTok depois que o músico disse que ali se poderia "fumar seu cigarrinho da paz".

MC Ryan, à dir., em, retrato com Pedro Sampaio - Marcus Sabah/Divulgação

Quem chega ao restaurante do Jardim Anália Franco, na zona leste de São Paulo, se depara com uma construção de dois andares com tijolinhos aparentes que contrastam com portões ornamentados feitos de ferro preto. A parte interna acompanha essa estética industrial com pilastras de metal escuro, algumas paredes de cimento queimado cobertas por pinturas abstratas e outras que alternam entre espelhos e painéis de madeira.

Ao entrar, os recepcionistas colocam pulseiras nos braços dos clientes que fazem as vezes de comandas.

Passada a etapa de identificação, os visitantes podem escolher entre o térreo, que mais se aproxima de um salão de restaurante tradicional, e o andar superior, que também tem mesas para almoçar ou jantar, mas que se parece mais com um bar.

Na parte de cima, onde costumam ficar os mais jovens que frequentam o lugar, o espaço tem mesas que comportam grupos maiores, com bancos acolchoados. Também há opções redondas cercadas de banquinhos altos, servindo de apoio para copos e porções de quem vai ao local para curtir um happy hour ou mesmo um rolê —isso porque o bar fica aberto até 1h da manhã.

Naquele andar, a música não é apenas um som ambiente, o volume é alto mesmo, mas não se compara ao de bares com pista de dança. Quando não há uma atração convidada a tocar na casa, os clientes podem escolher músicas para pôr na playlist. Apesar de o funk ser o ritmo mais tocado por ali, isso não é uma regra.

Além do som, um dos diferenciais do andar de cima é o teto retrátil, bastante citado por Ryan nos vídeos que ele fez para divulgar a casa. Seu sócio no restaurante, o empresário conhecido como Miami, diz que estão estudando a instalação de exaustores, que combinados com a área aberta, permitiriam o uso de narguilé no ambiente.

Na visita da reportagem, nenhum cliente foi avistado fumando qualquer tipo de cigarro no local.

Para comer, os clientes podem escolher entre diversas entradas, pratos principais e porções. Miami conta que o cardápio foi baseado em seu paladar e no de seu sócio. Os dois listaram pratos que mais gostavam, organizaram uma degustação com os chefs que tocam a cozinha do restaurante e definiram o que seria servido no Bololô.

Assim, o cardápio conta com três opções de parmegiana (a partir de R$ 62,90), sete sabores de risoto (a partir de R$ 72,90), quatro massas (a partir de R$ 69,90), além de carnes, frutos do mar e pratos executivos (servidos das 12h às 15h, de terça a sexta-feira, a partir de R$ 36).

Desde a inauguração, o espaguete à carbonara (R$ 72,90), os risotos e o tomahawk folheado a ouro (R$ 252) são os mais pedidos no restaurante —este último, um corte de carne, é o carro-chefe da casa.

Vera Lúcia Santana, a avó que fez papel de mãe de Ryan, conta que nunca tinha preparado a receita italiana mencionada na música do neto. Foi em um fim de semana que ela passou na cozinha do Bololô que os chefs a ensinaram a fazer o macarrão, que acabou caindo no gosto dos clientes.

Ela diz que seu amor pela culinária surgiu quando trabalhava em um abrigo para menores, primeiro como faxineira e depois como cozinheira. Apesar de não dominar todas as técnicas da gastronomia, Vera diz que passa as tardes no restaurante, onde observa os preparos e aprende novas receitas.

Por volta das 20h, ela deixa a casa nas mãos de Miami, que também não se arrisca na cozinha, mas prefere comandar o bar —seção, aliás, que ocupa praticamente metade das páginas do cardápio digital do lugar.

O drinque que leva o nome da casa conta com saquê, morango, kiwi e framboesa e sai por R$ 46,90. Outra opção autoral é o tubarão —apelido de Ryan no mundo do funk— feito com gim, curaçau blue, limão-siciliano, tangerina e água tônica (R$ 49,90). A casa ainda oferece clássicos da coquetelaria, doses e garrafas de bebidas.

Quem não costuma estar no dia a dia do restaurante é o próprio Ryan, que decidiu abrir o Bololô para realizar o sonho da avó. Ainda assim, quando aparece, leva junto pessoas influentes do funk, seja como atrações que se apresentam na casa ou como clientes. Miami conta que o sócio atrai muitos nomes de peso para o lugar, mas que influenciadores, DJs e artistas de fora do funk também têm visitado o Bololô.

A ideia também é convidar músicos de outros gêneros para tocar ali. Ritmos como pagode, por exemplo, participaram de eventos do tipo. Até agora, nomes como Mulher Filé, Jean Oliver e os DJs Raul e André MPC já passaram por lá.

O próximo evento sediado no restaurante tem como tema o Halloween e acontece às 22h do dia 31 de outubro. Além da presença dos DJs André MPC e Abudah, já confirmados, o bar vai contar com atrações surpresa, decorações temáticas e incentiva que os clientes apareçam vestindo fantasias.