Crítica: Interatividade é trunfo na peça infantil 'A Princesinha Medrosa'

Em "A Princesinha Medrosa", peça baseada no livro homônimo de Odilon Moraes, uma princesa (Ana Luiza Leão) nada vaidosa e muito simpática, vestida de camisola cor-de-rosa e enrolada no edredom, passa as noites em claro, morta de medo do escuro.

Os guardas do palácio em que vive fazem de tudo para que Sua Alteza se sinta confortável e até dão ordens ao Sol para nunca parar de brilhar. Mas é um garoto (Marcos Suchara) que consegue fazer com que a menina perca o medo --ela aprende com ele a fechar os olhos e escutar o murmurinho das estrelas conversando.

Peça infantil "A Princesinha Medrosa" *** ****
A princesa da peça é acompanhada por dois guardas do palácio onde vive - Felipe Cohen/Divulgação

Com tal argumento, o espetáculo se desenvolve na forma de metateatro, procedimento em que as cenas são numeradas e antecipadas pelos atores-narradores para o público. Recursos como este possuem outras funções na representação, como ampliar a narrativa de modo que crianças cegas ou surdas compreendam a peça e usufruam do enredo.

O público não fica de fora dessa metalinguagem, já que o elenco convida as crianças a formar um coro e a construir os sons da floresta, ajudando a explicar as ações dramáticas.

O diretor Kiko Marques e a adaptadora do texto, Carolina Moreyra, souberam aproveitar com eficiência a complexidade do livro no qual a montagem foi baseada. É para não perder.


Avaliação: muito bom
Indicação da crítica: a partir de 4 anos

Sesc Santana - Av. Luiz Dumont Villares, 579, Jardim São Paulo, região norte, tel. 2971-8700. Dom.: 14h. Até 17/9. CC: V, M, AE, E, D. Ingresso: R$ 5 a R$ 17. Menores de 12 anos: grátis.

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