“Tatá, o Travesseiro”, da carioca Artesanal Cia. de Teatro, com direção de Gustavo Bicalho e Henrique Gonçalves, é um espetáculo de bonecos cheio de sutilezas para tratar sobre o universo tão real quanto imaginário de um menino que enfrenta as aventuras do crescer.
Com atores-manipuladores de sofisticado gestual cênico, o espetáculo é ambientado no quarto de Lipe, um garoto recém-adotado por um casal. A cama é cenário e porto para suas peripécias, mar adentro ou espaço afora. Seu travesseiro é seu fiel companheiro.
Numa atmosfera intimista, a concepção de luz (Poliana Pinheiro e Rodrigo Belay) não teme os escuros para tratar dos medos do menino, como a separação dos pais ou a solidão na escola. Momentos oníricos, amplificados por uma trilha sonora de notas ensolaradas, criam contrastes com tom lunar.
A poética da narrativa permite que avisos venham do céu, como o voo solitário de uma andorinha anunciando a partida do pai. Um ou outro desenlace dramatúrgico falha, mas nada que nuble a força da história que emociona ao tratar das transformações do viver.
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